Dos 28 municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti, 27 já criaram a sala de situação local, atendendo à principal diretriz do Plano Estadual de Intensificação das Ações de Mobilização e Combate ao Mosquito Aedes Aegypti, lançado no dia 6 de janeiro. Apenas Coronel Freitas, cidade do Oeste do Estado, ainda não instalou a representação.
Os municípios estão utilizando estruturas já existentes nas secretarias Municipais de Saúde, contando com o apoio de parceiros como a Defesa Civil. “Todas as nossas coordenadorias estão participando das salas municipais de situação onde existe uma organização para trabalhar com eficiência e levar, além da fiscalização, a conscientização que a população precisa para o enfrentamento do mosquito. Só com a participação de todos os cidadãos catarinenses, com o olhar crítico sobre a casa e o local onde vivem, evitaremos a formação de criadouros do mosquito”, enfatizou o secretário de Defesa Civil, Milton Hobus, na coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, dia 12 de janeiro, na Sala de Situação Estadual, localizada na sede da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), em Florianópolis.
As salas de situação municipais apresentam diferentes composições, envolvendo várias secretarias e órgãos parceiros nas ações que serão realizadas. A prioridade é o início imediato do primeiro ciclo de visitas aos 400 mil imóveis localizados nas áreas infestadas até o dia 12 de fevereiro. Um segundo ciclo de inspeções deverá ser realizado até 11 de março, com repetições bimestrais entre a segunda quinzena de março e junho de 2016.
As inspeções serão realizadas pelos agentes comunitários de saúde, capacitados para prestarem orientação aos moradores e auxiliarem no recolhimento de pequenos recipientes inservíveis, que podem servir de criadouros ao mosquito, transmissor dos vírus da dengue, febre chikungunya e zika. Garrafas, lixo, pratinhos de plantas, pneus velhos, entre outros, deverão ser eliminados. “Em alguns municípios, quase todo o território terá de ser vistoriado. Em Chapecó, toda a área urbana é considerada infestada; em São Miguel do Oeste, é a maior parte, assim como Itajaí. Em Florianópolis, a área continental é a de maior infestação”, exemplificou Suzana Zeccer, gerente de Zoonoses da Dive/SC e coordenadora da Sala de Situação estadual.
De acordo com Suzana Zeccer, o Governo do Estado está adquirindo tela para a proteção de caixas d’água sem cobertura ou com tampas danificadas de imóveis de famílias de baixa renda. “A quantidade seria suficiente para atender 20 mil imóveis. O material será disponibilizado para os municípios”, explicou, lembrando que o chamado “ladrão” de todas as caixas d&39;água deve também ser coberto por tela. Os agentes comunitários de saúde informarão, em relatórios específicos, aqueles imóveis que precisarão de vistorias em locais de difícil acesso (como caixas d&39;água, calhas e lajes), e o Corpo de Bombeiros auxiliará nessa inspeção.
Os 28 municípios considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti são: Anchieta, Balneário Camboriú, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Florianópolis, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Itajaí, Itapema, Joinville, Maravilha, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palmitos, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, São Bernardino, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Serra Alta, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim.
Boletim Epidemiológico
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) informa que de 1 a 11 de janeiro de 2016 foram notificados 56 casos de dengue em Santa Catarina. Destes, todos estão em investigação aguardando resultado dos exames laboratoriais. Até o momento, nenhum caso de dengue foi confirmado no estado em 2016. Em 2015, foram confirmados 3.605 casos de dengue, 3.276 autóctones (transmissão dentro do estado), 268 importados e 61 estão em investigação. Comparando os anos de 2015 e 2016, na Semana Epidemiológica 01, em 2015 foram confirmados 7 casos autóctones de dengue, enquanto em 2016 nenhum caso foi confirmado no mesmo período.
Em relação à febre de chikungunya, nenhum caso suspeito foi confirmado em Santa Catarina, de 1º a 11 de janeiro de 2016. Em todo o ano de 2015 foram confirmados três casos da doença, dos quais um autóctone e dois importados.
Quanto à febre do zika vírus, foram notificados cinco casos suspeitos em Santa Catarina de 1º a 11 de janeiro de 2016, todos permanecendo sob investigação. Até o momento, nenhum caso foi confirmado em 2016. Em 2015, foram notificados 68 casos, dos quais 8 foram confirmados (todos importados), 33 foram descartados e 27 permanecem em investigação.
Em relação aos focos do mosquito Aedes aegypti em Santa Catarina, na Semana Epidemiológica 01/2016 (de 3 a 9 de janeiro de 2016), foram identificados 231 focos em 32 municípios. Nesse mesmo período, em 2015, tinham sido identificados 147 focos em 20 municípios.
› FONTE: Diretoria de Vigilância Epidemiológica / Secretaria de Estado da Saúde