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Altos custos são principal reclamação de bares e restaurantes nesta temporada

Publicado em 07/01/2016 Editoria: Economia Comente!


Foto: Sérgio Vignes

Foto: Sérgio Vignes

Pesquisa da Abrasel SC revela bons números, mas inferiores aos anos anteriores

Apesar de festejado pelo número recorde de turistas, o início da temporada de verão revelou queda em bares e restaurantes do litoral catarinense em comparação ao anterior, principalmente pela elevação dos custos. Os dados constam da pesquisa de satisfação realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Santa Catarina entre 21 de dezembro e 3 de janeiro, que coletou informações de 100 estabelecimentos de todo o litoral catarinense. "São dados significativos que denotam a crise econômica do país e o aumento dos preços de aluguéis, insumos, carga tributária, mão de obra e outros ônus do setor", afirma Fábio Queiroz, presidente da entidade. Quanto ao movimento, 82% dos entrevistados o acharam excelente ou muito bom em todo o estado – na consulta anterior foram 90%. O problema da alta dos custos foi detectado significativamente – enquanto nesta pesquisa foi apontado por 26% dos proprietários, no ano passado foi citado por somente 7% deles.

Os bons resultados também foram puxados pelos estabelecimentos de Florianópolis, que apontaram 90% do movimento como excelente ou bom, enquanto nenhum considerou ruim, ao contrário dos 7% que tiveram esta avaliação em todo o estado. "Mesmo assim, os entrevistados da Capital registraram 98% de satisfação na temporada passada", alerta Queiroz. No geral de SC, a percepção de melhoria, que vinha num crescendo, apresentou queda neste ano – 65% consideraram o período melhor ou igual a 2015, enquanto em 2015 este percentual foi de 88%.

Para 52% dos proprietários o poder aquisitivo dos clientes permaneceu igual, mas 35% o consideraram inferior. Entre os visitantes de fora do estado, novamente a maior parte foi de paulistas, seguida dos paranaenses e gaúchos (praticamente empatados). Notou-se uma presença significativa também de mineiros e goianos. Quanto ao número de estrangeiros, 36% dos entrevistados apontaram aumento.

Mesmo com o problema da crise, a expectativa até o fim da temporada é positiva, com 51% dos proprietários apostando que será melhor que a passada – 37% pensam que será igual e 12%, pior. "O otimismo é uma característica do setor em nosso estado e muitos estão tentando segurar os preços e a própria equipe de trabalho", diz Queiroz, referindo-se à mão de obra das casas. Neste ano, 72% disseram estar satisfeitos com o grupo de colaboradores, enquanto este percentual era de 57% em 2015. "O desemprego aumentou e está mais fácil contratar. Além disso, a sazonalidade diminuiu, o que contribui para a manutenção das equipes", explica.

A grande reclamação da elevação dos custos acabou mascarando outros problemas, como o trânsito. No ano passado 43% disseram ser a principal dificuldade, enquanto em 2016 o gargalo foi apontado somente por 20%.  Os investimentos do estado para evitar imbróglios com a falta de água e energia elétrica foram sentidos pelos consultados. "Ao contrário do trânsito, que está ainda mais caótico diante do grande número de turistas, água e luz tiveram pouca expressão nesta pesquisa, fruto do empenho do governo estadual e também da preparação de muitos estabelecimentos, que investiram em reservatórios e geradores", conclui Queiroz, frisando que os preços que aumentaram representam a maior parte da decepção dos entrevistados.

› FONTE: André Seben

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