A restauração da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, está prestes a entrar na etapa final. O Governo do Estado apresentou nesta segunda-feira, 14, a proposta de contratação direta do Grupo Teixeira Duarte para executar a última fase dos trabalhos, sem necessidade de licitação diante da natureza singular do serviço e da especialização da empresa. O custo referencial para os trabalhos é de R$ 261 milhões (Deinfra/ DNIT).
O Grupo Teixeira Duarte é o mesmo que, neste ano, por meio de sua empresa Empa, concluiu os trabalhos nas torres de sustentação e está realizando a construção das treliças, dentro da fase de construção da chamada ponte segura, estrutura que vai garantir a sustentação do vão central durante o trabalho de restauração. Esta etapa é fundamental para a estabilidade da ponte e permitirá a substituição das barras de olhal e das peças definitivas.
A proposta para a última etapa dos trabalhos foi apresentada para a imprensa pelo governador Raimundo Colombo, o vice Eduardo Pinho Moreira, secretários de Estado e equipe do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra).
“Esta é uma obra emblemática para todos os catarinenses, e de uma complexidade que pode ser comparada com poucas outras. Mas não há porque desistir da restauração, engenheiros dos grupos mais qualificados do mundo comprovaram a segurança do nosso projeto e as condições para sua execução. Nosso trabalho agora é apresentar à sociedade e aos demais poderes a proposta que temos para contratar o Grupo Teixeira Duarte sem licitação. A escolha dessa empresa é uma escolha técnica, bem fundamentada. A empresa conta um amplo portfólio, com grandes obras em diferentes países”, destacou Colombo.
O secretário de Estado da Casa Civil, Nelson Serpa, explicou que o Governo do Estado trabalha a proposta contratação direta, simultaneamente, por dispensa de licitação e por inexigibilidade de licitação, garantindo maior segurança jurídica ao processo. Para dispensa de licitação, a obra atende requisitos como restauração de objeto histórico e autenticidade certificada. E para inexigibilidade de licitação, justifica-se diante da inviabilidade de competição, da natureza singular do serviço e da especialização da empresa contratada.
Serpa lembrou que cópias da proposta do Governo do Estado, com toda a fundamentação jurídica e informações sobre o orçamento, foram encaminhadas para o Tribunal de Justiça, Ministério Público do Estado, Tribunal de Contas do Estado e Assembleia Legislativa (Alesc). “O objetivo é garantir total transparência no processo e receber possíveis sugestões”, explicou. A assinatura do contrato só ocorrerá depois do retorno dos poderes. O investimento das obras será todo do Governo do Estado, por meio de financiamentos junto ao BNDES e ao Banco do Brasil. Após assinatura, prevista para o início de 2016, o prazo previsto para a execução das obras é de 27 meses, o que permitiria reinaugurar a ponte no primeiro semestre de 2018.
O prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Júnior, que também participou do encontro, lembrou que além de resgate de um patrimônio catarinense, a reabertura da Ponte Hercílio Luz representará um importante ganho para a mobilidade urbana da região. Ele afirmou que a meta da prefeitura é de que as obras de adequação das cabeceiras para o trânsito na Ilha e no Continente ocorram em paralelo às obras da ponte. A proposta inicial, ainda em estudo junto à prefeitura, é de que a ponte receba apenas o trânsito no sentido Continente/Ilha no primeiro horário da manhã, funcione nos dois sentidos durante o dia, receba apenas o trânsito Ilha/Continente no final da tarde e volte a funcionar nos dois sentidos durante a noite.
A Ponte Hercílio Luz foi construída na década de 1920 - entre novembro de 1922 e maio de 1926 - pelas firmas associadas Byington & Sundstrom, que viriam a se tornar a American Bridge. O Governo do Estado chegou a negociar com a empresa norte-americana para realizar o trabalho de restauração, mas a American Bridge desistiu do projeto.
A Hercílio Luz foi oficialmente inaugurada em 13 de maio de 1926 e fechada para o tráfego de veículos pela primeira vez em 22 de janeiro de 1982. Em 1988, foi reaberta somente ao tráfego de pedestres, bicicletas, motocicletas e veículos de tração animal e, em 1991, foi novamente interditada a qualquer tipo de tráfego.
Os próximos passos:
• Contratação de agente supervisor.
• Implantar comissão de acompanhamento da obra.
• Participação da sociedade.
• Contratação da última etapa da obra.
Os oito passos da etapa final:
1. Reforço das fundações (continental, insular e embaixo d&39;água)
2. Transferência de carga (suspensão do vão central)
3. Troca das barras de olhais e pendurais
4. Recuperação das vigas treliçadas do vão central e dos viadutos
5. Recuperação das duas torres centrais
6. Trocas das selas e rótulas
7. Execução do tabuleiro (pista de rolagem)
8. Desmontagem da estrutura provisória - transferência de carga para a estrutura da ponte
› FONTE: Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Comunicação - Secom