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Corte na distribuição de colírio para glaucoma na rede pública é anunciada pelo Governo

Publicado em 02/12/2015 Editoria: Saúde Comente!


foto divulgação

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Interrupção do fornecimento de colírio gratuito pelo governo deve torna o tratamento do glaucoma inviável para 20% dos portadores. Conheça as terapias que podem diminuir o uso dos colírios

Maior causa de cegueira no mundo, o glaucoma, responde por 12% das perdas de visão entre brasileiros de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Doença sem sintoma, geralmente surge depois dos 40 anos e está em ascensão no Brasil por causa do envelhecimento da população. A estimativa do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) é de que 1,2 milhões de brasileiros tenham glaucoma.

Em 90% dos casos, a doença é caracterizada pelo aumento da pressão intraocular. A principal terapia é o uso contínuo de colírios que são caros. Por isso, segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier muitos pacientes entrarem em pânico com a interrupção do fornecimento de colírio gratuito a partir deste mês, anunciada pelo governo. Isso porque, o uso descontinuado da medicação causa cegueira irreparável. O médico explica que a perda da visão não acontece de um dia para outro. É decorrente do aumento da pressão intraocular que, dificulta a irrigação sanguínea da retina e provoca a morte de suas células, bem como do nervo óptico.

Não há levantamento no Brasil sobre a atual adesão ao tratamento. Mas o especialista lembra que antes do governo iniciar a distribuição gratuita dos colírios, mais da metade dos portadores só usavam o primeiro frasco recebido durante o diagnóstico. Como acontece em outras especialidades medicas um dos maiores problemas é o engavetamento das receitas.

A boa notícia para quem tem glaucoma é que uma metanálise de 32 estudos recentemente publicada pela Cochrane mostra que a cirurgia de catarata reduziu a pressão intraocular e o uso de colírio entre pessoas que vinham fazendo o tratamento corretamente. Queiroz Neto explica que isso acontece porque a catarata aumenta a espessura do cristalino e dificulta a circulação do humor aquoso. "A substituição do cristalino por uma lente intraocular flexível melhora esta circulação", afirma.

O especialista destaca que a cirurgia de catarata exige um rigoroso controle da pressão intraocular nos meses que antecedem o procedimento, durante a cirurgia e no pós-operatório, não podendo ser considerada uma alternativa terapêutica para o glaucoma apesar do efeito benéfico sobre a doença.

Redução

Os estudos mostram que a cirurgia de catarata teve um efeito moderado sobre a pressão intraocular e uso de colírio. Os índices revelados pela Cochrane são:

Tipo de Glaucoma

Redução da pressão

Redução de colírio

Glaucoma de ângulo aberto

13%

12%

Glaucoma pseudo-esfoliativo

20%

35%

Glaucoma agudo de ângulo fechado

30%

58%

Glaucoma crônico de ângulo fechado

71%

Raramente foi necessário

usar colírio

O oftalmologista ressalta que a pressão normal do olho é de 10 a 21 mmHg. Para cada milímetro acima disso o risco de lesões no nervo óptico aumenta em até 13%.

Laser pode interromper uso de colírio

Queiroz Neto afirma que a aplicação de laser também conhecida como trabeculoplastia seletiva pode diminuir e em alguns casos até interromper o uso de colírio para glaucoma. Ele explica que o laser pode aumentar o escoamento do humor aquoso, líquido que preenche o globo ocular. Por isso, diminui a pressão interna do olho. O procedimento, comenta, é seguro, tem baixo custo e é realizado em apenas cinco minutos por olho. O médico alerta que o glaucoma pode ter recidiva em pessoas que a terapia elimina a doença. Por isso, a recomendação para os maiores de 40 anos é consultar um oftalmologista anualmente. Muitas doenças oculares só apresentam sintomas quando já estão bem avançadas.

› FONTE: LDC Eutrópia Turazzi

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