Os líderes da Oposição lançaram nesta quarta-feira (4) o “Painel Pró-Impeachment”, quadro que trará as assinaturas dos deputados que apoiam o início do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff
No Salão Verde da Câmara, parlamentares do PSDB deixaram registrado o desejo por mudanças no governo federal.
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), afirmou que o objetivo do movimento é mostrar ao Brasil quem são os parlamentares favoráveis ao impeachment. Com a assinatura no painel, os deputados demonstram publicamente que concordam com os mais de 1,2 milhão de brasileiros que defendem a saída da petista.
“Sabemos que o governo federal faz uma pressão muito grande nos deputados da base aliada para que não assinem o pedido de impeachment. Queremos, com esse painel, fazer com que a sociedade também possa fazer essa pressão para se contrapor à força do governo”, explicou. O governo petista anunciou que iria extinguir 3 mil cargos e 30 secretarias, mas não cumpriu o prometido. Para o líder, a intenção do Planalto é usar os cargos como moeda de troca com os parlamentares.
APOIO POPULAR
Em julho passado, na última pesquisa feita sobre o tema, feita pela CNT/MDA, 63% dos brasileiros concordavam com o afastamento imediato da presidente Dilma. O líder da Oposição, deputado Bruno Araújo (PE), afirmou que, a partir de agora, a sociedade poderá conhecer a opinião de seu parlamentar sobre o tema. “Esta será a fonte de consulta que estará todos os dias nas redes sociais à disposição dos brasileiros”, frisou.
O deputado Rossoni (PR), idealizador do painel, destaca que nas ruas, supermercados e outros locais por onde passa pessoas de todas as classes sociais cobram o afastamento de Dilma. “Esse painel vai fazer com que o deputado tenha uma posição clara e a população vai ter conhecimento dela. É o caminho para afastar essa quadrilha que tomou conta do Brasil”, completou.
“Como alguém pode presidir esse país com um histórico podre e achar que é normal? Chega! Renuncie, presidente Dilma, porque a senhora já não governa há muito tempo”, cobrou a deputada Mara Gabrilli (SP), uma das primeiras a assinar o painel. Para o deputado Lobbe Neto (SP), o 22164660593_690caaad7e_kpaís não suporta mais o desgoverno petista. “Vemos um número grande de desempregados, indústrias quebrando, situação difícil, sem verbas para educação”, criticou.
“Daqui pra frente vai ficar muito claro quem quer mudança e quem está articulando para negociar cargos e verbas com o governo”, declarou Vanderlei Macris (SP). Ele lembra que o impeachment é uma alternativa constitucional. Já Paulo Abi-Ackel (MG) acredita que é hora de os parlamentares mostrarem a cara e revelarem suas posições. “Todos aqueles que ainda não tiveram coragem de se manifestar publicamente a favor do impeachment podem fazer agora por escrito para dar a satisfação aos seus eleitores”, frisou.
O próximo movimento em direção ao afastamento da presidente Dilma está nas mãos do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Partirá dele a decisão sobre o pedido de impeachment protocolado pelas oposições e pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal, além de movimentos sociais. “Nosso gesto pressiona o presidente Eduardo Cunha e convoca deputados que estão em dúvida para aderir ao processo”, finalizou Antonio Imbassahy (BA).
No fim da tarde, houve um princípio de confusão e vários deputados e manifestantes protegeram o painel. A deputada Moema Gramacho (PT-BA) apresentou questão de ordem pela retirada do painel e o pedido foi deferido por Eduardo Cunha.
Segundo a deputada Mariana Carvalho (RO), a base aliada ao governo não aceita movimentos a favor do Brasil. “Infelizmente, algumas pessoas ligadas ao PT quiseram tirar uma faixa que está sendo assinada pelos parlamentares. Isso mostra a falta de democracia”, lamentou a tucana. O painel foi guardado por manifestantes que se acorrentaram há dias em protesto a favor do impeachment.
Da tribuna, o deputado Rocha (AC) afirmou que vai encaminhar as imagens da agressão ao Conselho de Ética e cobrar a punição dos envolvidos. “Parlamentares do governo revoltados com a manifestação de pessoas passaram a agredir os manifestantes e não podemos admitir isso”, reprovou.
› FONTE: Reportagem: Elisa Tecles