O Centro de Novos Tratamentos Itajaí começa a recrutar pacientes para o tratamento promissor chamado de Imunoterapia
Para a medicina, este sempre foi um tratamento muito esperado e o momento atual marca um início importante na luta contra o câncer. Isso porque a imunoterapia estimula o sistema imunológico do paciente a combater as células cancerígenas e impedir que as células ruins cresçam ou de alguma forma se escondam do sistema de defesa do organismo humano.
Diferente da quimioterapia e da radioterapia onde células boas também são destruídas, a imunoterapia apresenta menos efeitos colaterais e resultados positivos. Os dados foram alcançados após 272 pacientes participarem do estudo no mundo desde 2012. Os pacientes possuem diagnóstico de câncer de pulmão não pequenas células, do tipo escamoso, o segundo mais comum e com tratamento até então restrito a quimioterapia.
Os resultados do uso do imunoterápico foram publicados em meados de 2015 e trazem uma sobrevida de 9,2 meses para pacientes que fizeram uso do medicamento. Já quem fez apenas uso da quimioterapia, teve 6 meses. Além disso, em um ano, 42% dos pacientes que fizeram tratamento com imunoterápicos continuaram vivos. Somente com a quimioterapia, esse número é de 24%. A aplicação da dose acontece a cada duas semanas.
De acordo com o médico oncologista do Centro de Novos Tratamentos Itajaí, Giuliano Santos Borges, outros dados relevantes desta nova medicação devem ser considerados: 20% dos pacientes tiveram diminuição do tumor, enquanto na quimioterapia apenas 9%. Já os efeitos colaterais mais expressivos por conta do uso do medicamento foram de 7% para quem usou o novo tratamento e 55% da quimioterapia. “ Hoje quando se fala neste tipo de câncer, o de pulmão não pequenas células, do tipo escamoso, já existe a possibilidade da indicação do imunoterápico e não mais somente a quimioterapia, que limitava o tratamento. Outros resultados sobre o tempo de vida de cada paciente, teremos em torno de mais 2 anos”, pontuou o médico Giuliano.
O método foi um dos assuntos principais do encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que aconteceu em Chicago entre o fim de maio e início de junho. Alguns componentes que impedem as defesas do organismo de funcionar com força total são inibidos para o combate eficaz da doença. O medicamento já aprovado nos Estados Unidos chega a custar 22 mil dólares por mês para a compra de uma caixa e agora estará disponível de forma gratuita em Itajaí.
A doação do medicamento faz parte do programa de Acesso Expandido, onde o paciente recebe a aplicação e tem um acompanhamento médico, e os dados são coletados e encaminhados para a empresa que desenvolveu a fórmula.
De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva) até o final de 2015 são estimados quase 28 mil novos casos de câncer de pulmão no Brasil. Além disso, de acordo com o instituto, este é o mais comum de todos os tumores malignos, apresentando aumento de 2% por ano na sua incidência mundial. No Brasil, foi responsável por 22.424 mortes em 2011.
› FONTE: Multimídia Assessoria de Imprensa