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Mulheres violentadas recebem apoio em Centro de Referência municipal

Publicado em 02/11/2015 Editoria: Geral Comente!


Centro de Referência de Atendimento à Mulher - foto Petra Mafalda PMF

Centro de Referência de Atendimento à Mulher - foto Petra Mafalda PMF

O Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência, localizado na Agronômica, oferece atendimentos psicológicos, sociais e orientação jurídica

Desde 2009 cerca de três mil mulheres já passaram por alguma situação de violência —psicológica ou física — em Florianópolis e buscaram ajuda no Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CREMV), um serviço municipal que oferece espaços de acolhimento, atendimento social, psicológico e orientação jurídica.

Os números, levantados pelo Centro de Referência desde o ano de 2009 até setembro de 2015, mostram que as situações de violência não escolhem um perfil de pessoa, local de moradia, idade nem escolaridade. Neste período, 37,5% das mulheres atendidas estavam na faixa de 30 e 39 anos, 25,5% entre 18 e 29 anos, 20,5% entre 40 e 49 anos e 13,8% têm mais de 60 anos.

Outro dado mostra também que em 52% dos casos a violência é psicológica ou moral, ou seja, são atitudes que atingem de forma negativa a honra ou a reputação da mulher ou ações destinadas a degradar ou controlar seus comportamentos, crenças, decisões por meio de intimidação, manipulação, ameaça, humilhação, isolamento, entre outros.

Segundo a coordenadora do Centro de Referência, Vismara Feldberg Lucas, o atendimento no espaço busca fortalecer a mulher para que ela rompa a situação de violência.

"Muitas mulheres chegam até nós com medo, pois recebem ameaças de morte, ouvem que perderão seus filhos e são levadas a entender que são as culpadas pela violência que sofrem. Aqui no CREMV buscamos resgatar a autoestima e a valorização desta mulher e fazemos que ela reflita sobre seus direitos", disse.

Já a violência física, quando o marido, parceiro, companheiro ou pessoa de seu convívio familiar coloca em risco sua integridade física com tapas, pontapés, socos, mordidas, facadas e até tiros, aparece em 36% dos atendimentos. Os outros 12% estão divididos em situações de violência sexual, negligência, patrimonial ou não foi informado. "Nos casos de violência física, normalmente as mulheres são encaminhadas pela Delegacia da Mulher, localizada ao lado do CREMV, na Agronômica, após realizarem o boletim de ocorrência", explicou Vismara. 

Ao contrário do que muitos pensam, a maioria das mulheres que sofrem violência doméstica não têm dependência financeira do companheiro. Entre as mulheres atendidas, 74,5% não dependem financeiramente e muitas vezes são as únicas mantenedoras da casa.

Os dados mostram também que 29,5% dos atendimentos são com mulheres que possuem o ensino médio completo, 25,5% têm o ensino fundamental incompleto, 11% com o fundamental completo, 10% estão cursando o ensino superior e 3,5% têm pós-graduação.

"A violência não depende de idade, escolaridade, ou qualquer outro motivo aparente. Pouco mais de 36% das mulheres aguentam a violência por um a cinco anos. Por isso é tão importante que provas como o ENEM tragam à tona esse assunto, principalmente aos jovens que estão começando relacionamentos e presenciam exemplos em casa e com amigos. Muitos dizem que em discussão entre marido e mulher não se mete a colher, mas temos o dever de orientar sobre a igualdade de direitos e sobre como realizar uma denúncia. Com certeza a discussão é válida", disse.

Casa de Passagem

No final de 2013 as mulheres em situação de violência passaram a contar com a primeira Casa de Passagem Municipal. O local possui 20 vagas e os encaminhamentos são feitos através do Centro de Referência e Assistência às Mulheres Vítimas de Violência (CREMV), ou pelo 6º Distrito Policial de Proteção da Mulher. Na Casa há atendimento individualizado, especializado e o acolhimento é provisório. O local é inserido na comunidade e possui características residenciais, proporcionando um ambiente acolhedor e&8203; respeitando as condições de dignidade de cada mulher.

O Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CREMV) é um serviço da Prefeitura de Florianópolis e atualmente conta com quatros assistentes sociais, duas psicólogas e uma coordenadora que atua também como assistente social. O espaço faz atendimentos sociais, psicológicos e possui parcerias com a Defensoria Pública e a 34ª Promotoria de Violência Doméstica da Capital para casos de Medida Protetiva.

O CREMV é aberto ao público e está localizado na Rua Delminda da Silveira, s/nº - ao lado da 6ª DP da Capital, na Agronômica.

Em caso de violência contra a mulher entre em contato com os órgãos responsáveis e denuncie.

Telefones:

CREMV: 3224-7373

Delegacia da Mulher: 3665-6528

Central de Atendimento à Mulher: 180

Disque Denúncia Municipal: 0800 643 1407

Disque Direitos Humanos: 100

SAMU: 192

Policia Militar: 190

› FONTE: Secretaria Municipal de Comunicação de Florianópolis

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