foto: Steven Chiv, representante do departamento de meio ambiente de São Francisco, nos Estados Unidos - Fábio Queiroz
Dentro da programação da 6ª edição da Semana Lixo Zero a Assembleia Legislativa recebeu na manhã desta segunda-feira (26) a palestra do representante do departamento de meio ambiente de São Francisco, nos Estados Unidos, Steven Chiv. O evento, promovido pelo Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB), pretende apresentar aos legisladores, gestores públicos e empreendedores, formas que os municípios tem para encaminhar a gestão de resíduos. O objetivo da campanha é promover a meta "lixo zero".
"Nossa intenção foi trazer a experiência de uma grande cidade que estivesse perto desta meta, que pudesse indicar um caminho", comentou o presidente do ILZB, Rodrigo Sabatini. "Nós temos cidades pequenas ao redor do mundo que alcançam índices próximos a 90, 95% de desvio de aterro. São Francisco está em 85%, e é uma cidade que tem um fluxo diário de cerca de 1,3 milhão de pessoas, isso é muito importante para nós refletirmos", completou.
Sabatini considera o lixo como sinal de ineficiência na gestão de resíduos. "Por exemplo, uma cidade com 20, 25 mil habitantes, que corresponde a realidade de cerca de 85% dos municípios brasileiros, consome entre 10 e 15% de seu orçamento, que já é apertado, levando o lixo para o aterro. Então são 10 a 15% do orçamento que vão literalmente para o lixo. É muito dinheiro, a gente está falando de uma cifra de cerca de R$ 3 milhões por ano, que corresponde a uma escola, um posto de saúde, uma praça, uma rua, um saneamento", frisou.
Chiv destacou que o importante na proposição das leis é que estejam direcionadas, primeiramente, para auxiliar na conscientização da população. "Em São Francisco a legislação nos ajuda a chegar cada vez mais perto do lixo zero ao conscientizar os habitantes da necessidade de se preocupar com o meio ambiente, com a reciclagem, com a compostagem e, assim, serem cidadãos melhores para o município", esclareceu.
Uma das iniciativas colocadas em prática na cidade americana é a utilização de três tipos de recipientes para a separação dos resíduos. Eles são definidos a partir da destinação que o material depositado nelas, tem. Desta forma, a lixeira azul é para materiais destinados à reciclagem, a verde compostagem e a preta os rejeitos encaminhados para aterros sanitários. "Nossa meta é diminuir cada vez mais o tamanho e a quantidade dos recipientes destinados à coleta do lixo de aterro e ampliar o número de recipientes para a recolher materiais para a reciclagem e a compostagem", falou Chiv.
O representante do departamento de meio ambiente de São Francisco também contou como a cidade se desfaz de 600 toneladas de compostos orgânicos tratados, a partir do que recolhido. "Distribuímos nas fazendas que formam o nosso cinturão verde. O composto mantém a terra úmida e rica em nutrientes, diminuindo o uso de agrotóxicos e fertilizantes", disse.
Semana Lixo Zero
A 6ª edição da Semana Lixo Zero, acontece de 23 a 31 de outubro em Santa Catarina, e nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás. Além do Brasil a Semana também conta com uma programação em Montevidéu, no Uruguai.
Trata-se de uma ação de mobilização social que tem como objetivo conscientizar a população, dar visibilidade a boas práticas na área, empoderar os agentes de mudança envolvidos na causa e propor soluções para que a meta "lixo zero" seja alcançada. Neste ano, de acordo com Sabatini, foram mobilizados 1.500 voluntários, que estão organizando nas cidades participantes cerca de 900 eventos que devem trazer para o debate perto de 40 mil pessoas, transformando A Semana Lixo Zero num dos maiores eventos do mundo com o objetivo de discutir a questão.
No estado, as atividades se desenvolvem em Florianópolis, Balneário Camboriú, Joinville, Porto Belo e Tubarão. A programação completa está disponível em:
www.semanalixozero.com.br.
› FONTE: ALESC