O primeiro dia do Seminário de Marketing e Comunicação - Mídia Sul 2013 foi marcado por um alerta: é preciso conhecer melhor o Brasil e seus consumidores. Realizado no centro de eventos do Sistema Fiesc, em Florianópolis, o evento teve quatro palestrantes na quinta-feira, 26, e encerra com mais quatro nesta sexta-feira, 27.
O publicitário Hugo Rodrigues, da Publicis Brasil, Salles Chemistri e Publicis Dialog, disse que o futuro da comunicação, tema geral do seminário, depende de uma compreensão mais profunda do consumidor brasileiro. “Desde 2007 o Iphone já se reinventou oito vezes, e vocês, quantas vezes mudaram de ideia?”, questionou. Hugo afirmou que os profissionais de comunicação não conhecem o país e tampouco a nova classe média, formada por consumidores das classes C e D. E colocou a mudança de postura em relação a essa realidade como um desafio, para que seja melhor compreendido o papel de um público que injeta 1 trilhão de reais na nossa economia.
"Os jornalistas precisam tirar a bunda da cadeira e conhecer o Brasil", afirmou o premiado jornalista Ricardo Kotscho, segundo palestrante do dia. Com meio século de experiência em jornalismo, Kotscho enfatizou a nova revolução na internet, que é a criação de conteúdo mais relevante. “A web não vai acabar com as outras formas de comunicação, as novas plataformas são instrumentos e o grande desafio, que vale tanto para as novas mídias quanto as velhas, é a qualidade do conteúdo, a nossa capacidade de surpreender os leitores”, disse.
A terceira palestra foi com o catarinense Paulo Roberto Schmidt, sócio de uma das principais produtoras audiovisuais do país, a Academia de Filmes. Ele mostrou diversos filmes, inclusive trechos de longa-metragens produzidos por sua empresa, para demostrar o vasto campo que está aberto na produção audiovisual. “São quase quatro mil horas de produção de conteúdo nacional a ser exibida. Hoje está difícil de encontrar equipes de técnicos para produzir o suficiente para atender a demanda aberta pela legislação”, contou.
Paulo destacou ainda o crescimento do fenômeno de VOD – o chamado Vídeo On Demand, que possibilita ao consumidor de vídeos assisti-los quando e onde quiser. Outra tendência são as experiências de Brand Content, com a inserção das marcas de produtos ou serviços dentro do conteúdo de produções audiovisuais. Contudo, as mídias tradicionais não acabaram, afirmou. "A Internet permite filmes de três minutos, mas não acaba com as mídias tradicionais".
Na última palestra, o jornalista Paulo Henrique Amorim analisou o mercado de consumo e aconselhou, ao abordar os rumos da televisão, o "casamento" com a classe C, em especial as mulheres, que passam a desempenhar um papel fundamental na economia familiar. O apresentador do Domingo Espetacular, da Record, também enfatizou a necessidade de conhecermos melhor esses novos consumidores, que conquistaram um espaço na sociedade e não admitem retrocessos no novo status. Mudança, só se for para ascender socialmente.
O jornalista classificou assim a classe C: tem C de consumo, de carro próprio, de crédito, de cartão de crédito, de celular, de casa própria, de computador, de capitalismo e, “com uma modesta contribuição minha”, de CVC, a companhia de viagens. Paulo Henrique mostrou dados positivos da economia brasileira e criticou o noticiário excessivamente catastrófico, que chamou de "urubologia". "A televisão, como a política, precisa valorizar o local", resumiu.
Veja mais sobre os palestrantes e a programação em www.seminariomidiasul.com.br
› FONTE: Intermídia Comunicação Marketing