Explicações são de Mauro Scharf, diretor médico e endocrinologista do Lâmina Medicina Diagnóstica
Cuidar do corpo com o fim das férias de inverno não é uma mera questão de estética. A obesidade é uma doença caracterizada por aumento da gordura corporal, que pode levar a várias outras patologias e até à morte mais precoce. É o que alerta Mauro Scharf, diretor médico e endocrinologista do Lâmina Medicina Diagnóstica.
Segundo o especialista, o Índice de Massa Corporal (IMC) é uma medida simples. Consiste na divisão do peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metros). Por exemplo: em uma pessoa com 90 kg e 1,70 m o IMC será: 90 / 1,70 x 1,70 = 32,1. Pessoas com IMC entre 20 e 24,9 têm peso normal; entre 25 e 29,9 têm sobrepeso e com 30 ou mais são obesas.
Além do IMC, a distribuição da gordura corporal também é importante. A obesidade mais grave é a do tipo visceral, isto é, relacionada com o acúmulo de gordura na região do abdome. Esta é a mais frequentemente associada às alterações cardiovasculares. As principais doenças associadas à obesidade são hipertensão arterial, diabetes mellitus, alterações das gorduras no sangue (dislipidemias), doença coronariana (que predispõe ao infarto), e doenças reumatológicas e ortopédicas.
Scharf explica que a obesidade ocorre quando não há um balanço entre o que é ingerido nas refeições e o que o organismo gasta nas suas atividades. "Quando um indivíduo ingere alimentos, esses servem para produzir a energia necessária para o funcionamento do corpo. Se sobra energia, ou porque a ingestão foi grande ou porque a atividade foi insuficiente para usar a energia produzida, esta é transformada em gordura. O acúmulo de energia armazenada sob a forma de gordura leva à obesidade."
Vários são os fatores que influem para que se instale a obesidade e o fator genético é um dos mais importantes. Pessoas de famílias com obesidade têm maior tendência a serem, também, obesas. Com menos frequência, outras doenças, como as endócrinas, podem estar associadas com a obesidade. "Alimentar-se corretamente e evitar o sedentarismo são as principais armas para se evitar o aumento progressivo de peso que pode chegar à obesidade", lembra o endocrinologista.
O tratamento da obesidade somente deverá ser realizado sob orientação médica. Após o diagnóstico diferencial, este poderá estabelecer um programa de reeducação alimentar, com a adequação tanto da quantidade como da qualidade dos alimentos ingeridos. Associada à alimentação adequada a prática de exercícios físicos, também sob indicação e supervisão médica, visa aumentar a massa muscular e o gasto de calorias, favorecendo o emagrecimento. O tratamento com medicações, tanto as que auxiliam na diminuição da ingestão de calorias, como as que diminuem a absorção das gorduras no intestino, poderá ser prescrito pelo médico assistente em casos selecionados.
Para quem estava sedentário e pretende retomar os exercícios físicos nesta volta das férias, Scharf orienta que se procure um médico e cita que os exames mais comumente solicitados são antes do início das atividades: Ferritina/Ferro Sérico; TSH; Creatinina/Ácido Úrico; TGO e TGP; Vitamina D-25; Triglicerídeos; Insulina e Glicose; Colesterol total e frações; Hemograma completo.
› FONTE: Talk Assessoria de Comunicação