A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) catarinenses caiu 2,7% na comparação mensal e 19,7% na anual, chegando ao mês de maio no patamar de 105,9 pontos, em uma escala que vai de 0 a 200 pontos. É o menor nível de toda série histórica iniciada em janeiro de 2010. Na pesquisa realizada pela Fecomércio SC, o item emprego apresenta números declinantes frente à perspectiva de retração econômica em 2015. O consumo atual mantém-se abaixo dos 100 pontos pelo terceiro mês consecutivo (com 81,8 pontos), o que significa que o indicador entrou no campo negativo e a renda atual permanece praticamente estagnada.
A confiança em relação à renda atual subiu pouco, 0,3% na comparação mensal e 5,7% na comparação anual, e mantém uma pontuação alta, 163,9 pontos. Já as expectativas sobre o consumo atual caíram -4,2% no mês. No ano, a queda foi de -22,6%. O nível de emprego entre maio e junho caiu -1,6% e -7,5%, no mês e no ano, respectivamente, fixando-se nos 125,8 pontos. Em termos absolutos, todos esses indicadores se encontram em declínio desde o começo do ano passado, sendo que a renda e o emprego atual ainda se encontram em níveis considerados elevados.
Perspectiva profissional
No mês de junho, o indicador perspectiva profissional apresentou uma queda de -3,3%. Na comparação anual, houve uma leve alta de 1,3%. O dado demonstra que a situação de pleno emprego do mercado de trabalho já não existe mais, ou seja, a taxa de desemprego tenderá a se expandir ainda mais nos próximos meses. Também demonstra que a criação reduzida de vagas de trabalho, segundo dados do Caged, está refletindo negativamente na perspectiva profissional das famílias, isso porque a marca está num patamar considerado muito baixo: 88,6.
O acesso ao crédito, em termos mensais, apresentou uma queda de -5,5%. Na comparação anual uma forte queda de -26%. O resultado negativo no mês revela que as condições de pagamento estão debilitadas, devido às altas taxas de juros e ao elevado comprometimento da renda com dívidas. Porém, em termos absolutos, o índice ainda é considerado positivo, com 112 pontos.
A perspectiva de consumo das famílias catarinenses apresentou pequena alta de 1,5% depois de sucessivas quedas, mas ainda se encontra num patamar muito negativo. Na comparação anual, houve acentuada queda de -52,6%. O indicador teve como pontuação o valor de 61,7 pontos, considerado extremamente baixo. O resultado absoluto deste indicador demonstra que as famílias estão pessimistas quanto às perspectivas de consumo.
Cautela
O momento para duráveis, em sintonia com a perspectiva de consumo, caiu -6,1% entre maio e junho. No contexto anual, o indicador registrou queda de -32,1%. Em termos absolutos, o momento para duráveis encontra-se em patamares ainda positivos, com 107,2 pontos, mas com forte tendência de queda, o que revela uma percepção de cautela entre os catarinenses.
Reforçam o sentimento de cautela entre as famílias catarinenses, as medidas de cunho econômico adotadas pelo governo para reequilibrar as contas públicas. Esses ajustes feitos pela equipe econômica objetivam a retomada do crescimento no médio prazo, apesar de recessivos e de penalizarem o setor produtivo no curto prazo. Eles estão transmitindo a credibilidade necessária aos agentes econômicos, tanto nacionais quanto estrangeiros. Isso é fundamental para que a reorganização econômica seja rápida e tenha seus efeitos negativos minorados. Nesse sentido, a tendência é a recuperação da intenção do consumo das famílias somente em 2016. Até lá, poderemos ver novas quedas no índice.
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› FONTE: Fecomércio SC