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Ministério da Saúde oferecerá tratamento inovador para hepatite C

Publicado em 15/06/2015 Editoria: Saúde Comente!


foto: Divulgação

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Com investimento de até R$ 500 milhões, a nova terapia tem taxa de cura de 90% e duração de apenas 12 semanas, contra 48 semanas do tratamento anterior

Os pacientes brasileiros com hepatite C passarão a contar, ainda este ano, com um dos tratamentos mais inovadores disponíveis no mundo.

A decisão, unânime, de recomendar que esses medicamentos passem a ser utilizados no SUS foi tomada nesta quinta-feira (11) pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). A partir dessa recomendação, a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (SCTIE/MS) avaliará o processo e apresentará a posição final do Ministério.

O novo tratamento, composto pelos medicamentos daclatasvir, sofosbuvir e simeprevir, tem uma taxa de cura de 90%, significativamente maior que todos os tratamentos utilizados até o momento, e duração de 12 semanas, contra as 48 semanas de duração da terapia anterior.  Outra vantagem é que todo o tratamento é oral, dando mais qualidade de vida e conforto ao paciente.

Para a compra dos medicamentos, nesse primeiro ano, a previsão é de que sejam investidos até R$ 500 milhões para o atendimento de 15 mil pacientes. Durante a reunião da Conitec também foi apresentado o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para a doença, com novas recomendações e orientações para a condução do tratamento. O novo PCDT deverá entrar em consulta pública nos próximos dias e já conta com a recomendação de aprovação.

“O Brasil fez o processo de incorporação muito rápido porque a hepatite c é um exemplo de que o avanço tecnológico tem produzido impactos em curto prazo. Há dois anos, o Brasil foi um dos primeiros a incorporar os inibidores de protease e agora somos um dos primeiros países em desenvolvimento e com tamanho da população a incorporar esse novo tratamento”, avalia o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

A previsão é de que a portaria comunicando a inclusão dos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) seja publicada na próxima semana. Com isso, os pacientes com hepatite C crônica poderão ter acesso à medicação, que será adquirida de maneira centralizada pelo Ministério da Saúde para a distribuição aos estados, até o final do ano. O Brasil é um dos primeiros países a adotar essa nova tecnologia na rede pública de saúde, com acesso universal e gratuito.

“A principal revolução desses novos medicamentos é que eles garantem um percentual de cura inimaginável se comparado aos tratamentos do passado, quando a chance de cura variava entre 50 e 70% enquanto agora será de pelo menos 90%. É uma mudança que reduzirá a carga de hepatite c para uma nova geração, que praticamente poderá pensar em eliminar a doença no futuro. Outra vantagem é que ele poderá ser usado em pacientes que não obtiverem sucesso com nenhum dos outros tratamentos ofertados”, explica o secretário.

Ainda durante a reunião da comissão, que avalia parâmetros como a eficácia e o custo-efetividade de novos medicamentos, foi recomendada também a exclusão do telaprevir e boceprevir, terapias ofertadas até o momento na rede pública.

SOBRE A DOENÇA 

A hepatite C é causada pelo vírus C (HCV). A transmissão ocorre, dentre outras formas, por meio de transfusão de sangue, compartilhamento de material para preparo e uso de drogas, objetos de higiene pessoal - como lâminas de barbear e depilar -, alicates de unha, além de  outros objetos que furam ou cortam na confecção de tatuagem e colocação de piercings.

Estimativas indicam que cerca de 3% da população mundial pode ter sido exposta ao vírus, sendo que parte dela desenvolve a infecção crônica, o que corresponde a 185 milhões de pessoas.

No Brasil, estima-se, com base em estudos de soroprevalência, que entre 1,4 a 1,7 milhão de pessoas podem ter tido contato com o vírus, sendo a maior parte na faixa etária dos 45 anos ou mais. Essa concentração em pessoas com mais idade ocorre porque até o início dos anos 1990 não existiam testes capazes de detectar o vírus da hepatite C em transfusões de sangue e os procedimentos de biossegurança em atendimentos médicos e odontológicos eram muito menos rigorosos que os atualmente empregados.

Muitos desconhecem que estão infectados, já que essa condição é silenciosa, com as pessoas só vindo a apresentar sintomas em fases avançadas.

Por isso, o Ministério da Saúde recomenda que toda pessoas com mais de 45 anos faça o teste para detectar o vírus da hepatite C que está disponível no SUS. O Brasil é um dos únicos países em desenvolvimento no mundo que oferece diagnóstico, testagem e tratamento universal para as hepatites virais no SUS, que é um sistema público, universal e gratuito.

O país comandou a criação de um Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais (28 de julho) e lidera o movimento global de enfrentamento da doença.

 

 

 

› FONTE: Agência Saúde

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