O Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF) apresentará nesta terça-feira (9), a partir das 19h30, na mostra Casa Cor Santa Catarina 2015, o projeto de intervenção urbanística do bairro José Mendes (Prainha).O evento será realizado nos jardins da antiga fábrica de refrigerantes da Coca-Cola, imóvel construído no século XIX que hoje pertencente ao Sesc.
Denominado "Bairro José Mendes, Revitalização da Orla – Eixo Viário Principal", o projeto é de autoria do arquiteto e urbanista Marco Avila Ramos. Apesar de o evento ser pago, o projeto do IPUF ficará na área externa da mostra, com entrada gratuita à população.
São objetivos do projeto:
Priorizar a circulação de pedestres e ciclistas, com a necessária adequação do sistema de circulação de veículos automotores;
Realizar a tão aguardada conexão cicloviária entre a avenida Beira-mar Norte e a Via Expressa Sul e o bairro Saco dos Limões, com a implantação de ciclovias ou passeios compartilhados;
Criar e qualificar espaços de estar, lazer e contemplação ao longo da nova configuração viária;
Preservar e valorizar o patrimônio histórico e cultural do bairro;
Evidenciar e implementar o caráter panorâmico das vias ao longo da orla, adequando a altura de muros e edificações e implantando rede de fiação subterrânea;
Garantir e qualificar a acessibilidade física pública à borda d&39;água;
Estimular a atividade gastronômica e o transporte marítimo de lazer ao longo da orla.
O bairro
A construção do túnel Antonieta de Barros, concluído em 2002, materializou uma linha, antes imaginária, entre o bairro José Mendes e o restante da cidade. Evidenciou a percepção comum de que esta microrregião urbana, tão próxima do Centro, parece ter sido esquecida pelo tempo. Com um olhar mais atento, percebe-se também que foi exatamente esse "esquecimento" que preservou o lugar da sanha imobiliária das últimas décadas.
Hoje, o bairro José Mendes representa a única faixa de orla da região central insular, entre a Ponta do Coral e o mangue do Aeroporto, que não sofreu nenhum tipo de aterro; onde a urbanização respeitou os limites estabelecidos naturalmente pelo mar.
O bairro guarda ainda características de vila em sua escala urbana e tipologia arquitetônica, bem como na forma de organização sócio-espacial que se deu, em grande parte, através de sucessivas gerações de nativos fracionando gradativamente os imóveis familiares, sem produzir grandes impactos urbanísticos.
Ao longo das vias longitudinais principais, o bairro é considerado pela legislação vigente como Área de Preservação Cultural, além de se caracterizar como Via Panorâmica, o que restringe a altura permitida das construções e muros voltados para o mar.
› FONTE: Prefeitura de Florianópolis