Espaços antes desmerecidos ganham vida e se transformam com a ação dos Coletivos Criativos, que levam um design acolhedor para as ruas de Florianópolis
São arquitetos, jornalistas, designers, artistas. Quatro curadoras e dezenas de criadores inspirados estão trabalhando para criar transformações convidativas no espaço urbano de Florianópolis. Pequenos cantos, vãos e desvios da cidade vêm sendo preenchidos com os elementos de um estar amável e prazeroso.
No final do processo, um legado para as comunidades e uma exposição para encher os olhos e a alma. É este o resultado no qual a Bienal Brasileira de Design 2015 Floripa aposta: de 23 de maio a 12 de julho, a exposição Coletivos Criativos vai mostrar ao público o que o grupo construiu pela cidade no Museu da Imagem e do Som - Centro Integrado de Cultura.
– O nosso legado é construído a partir do desenvolvimento de um design simples, que cria intervenções urbanas em espaços da cidade – diz a designer Bianka Frisoni, que assina a curadoria com Simone Bobsin, jornalista, Katia Veras, arquiteta, e Isabela Sielski, artista plástica – essa última à frente do coletivo Design Possível.
O grupo aceitou a proposta da Bienal e partiu em busca de adesões para pôr em prática o processo de criação coletiva. – Fomos convidando outros arquitetos e designers, como Abreu Junior, Juliana Castro, Bia Kudelka, João Calligaris Neto, José Luiz Kinceler e Guilherme Lamtada – conta Bianka. – Em pouco tempo o grupo da Geodésica Cultural Itinerantetambém se juntou a nós e hoje somos muitas pessoas – orgulha-se.
Estar urbano: um conceito, várias visões
O grupo propôs intervenções em pequenos espaços, com o uso de objetos componíveis, como bancos, balanços e floreiras. – É mais um meio de provocar, de plantar uma semente – diz Bianka. – Partimos do "estar" como ideia de um espaço acolhedor e interessante. No início não sabíamos direto no que ia dar, mas aos poucos fomos fechando os conceitos, gerando alternativas – e ganhamos o espaço do Museu para apresentar o resultado do trabalho durante a Bienal – conta.
- São visões diferentes, o que é bem rico – continua Bianka. – Queremos transformar os espaços com a comunidade, e esse processo de criação não é nada fácil. Mas é interessante quando você consegue somar a sua ideia com a do outro e, em meio a vários pontos de vista, dá para "dar um 3600" e adaptar a sua visão – conta. – O que queremos é fazer uma leitura boa do design e desmistificá-lo como algo elitista, pois todo mundo pode ter acesso.
O grupo propõe um modelo antes mesmo de falar com a comunidade e coloca em discussão, para ver no que vai dar.
– A estrutura portátil da Geodésica cria um espaço para a realização de palestras, discussões e workshops com as comunidades – explica Bianka. – É claro que esse esforço não resolve todos os problemas que uma prefeitura teria de resolver, mas melhora. E ajuda, sobretudo quando se convoca as pessoas para que se tornem parte da solução que está sendo criada. Durante a Bienal, o público poderá conferir o resultado, que está sendo registrado em vídeo e fotografia. Muitas surpresas ainda estão em construção – alegra-se Bianka.
Serviço
Coletivos Criativos – Mostra integrada à Bienal Brasileira de Design 2015 Floripa
De 24 de maio a 12 de julho
Museu da Imagem e do Som – MIS, no Centro Integrado de Cultura
Avenida Governador Irineu Bornhausen, 5.600 - Agronômica, Florianópolis
Entrada Franca
› FONTE: SC Design