Florianópolis está prestes a integrar o rol de cidades do mundo que adotaram dois "cases" de sucesso: o compartilhamento e aluguel de bicicletas públicas e o Zona 30, de regulamentação da velocidade para 30 km/h nas vias urbanas que necessitem aumentar a segurança do trânsito.
Na tarde desta quinta-feira (30), o prefeito Cesar Souza Junior anunciou o lançamento do edital de licitação, na modalidade técnica e preço, para a concessão do serviço que, localmente, foi "batizado" de Floribike. As empresas interessadas terão prazo de até 45 dias para apresentar suas propostas, e a intenção da administração municipal é a de que o serviço comece a ser oferecido à população até o mês de novembro.
Na mesma ocasião, o Secretário de Obras, Rafael Hahne, anunciou que já no próximo mês de maio as comunidades do Ribeirão da Ilha e de Santo Antônio de Lisboa devem ser contempladas com o Projeto Zona 30. "Com pequenos ajustes a gente consegue implantar", comentou Hahne.
Vale lembrar que em maio de 2011, as Organizações das Nações Unidas (ONU) declarou o período até 2020 como a "Década de Ações para a Segurança no Trânsito" e, em razão disso, surgiu o Movimento Internacional Maio Amarelo.
Floribike
De acordo com a autora do Floribike, a arquiteta Vera Lúcia Gonçalves da Silva, do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), em todos os lugares do mundo onde a iniciativa foi adotada – Veneza, Roma, Barcelona, Rio de Janeiro, São Paulo entre outras - foi registrada uma diminuição do volume de carros dentro das cidades e uma melhor taxa de saúde. "Estamos colocando em prática o que se chamaria de cidade saudável", festejou Vera, haja visto tratar-se do serviço de transporte com a menor emissão de carbono.
Já o edital lançado leva em conta as necessidades de implantação da primeira etapa do projeto, bem como a expansão do sistema em mais três etapas, mediante demanda pública e de acordo com a viabilidade econômica.
O Floribike, que será gerenciado pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, prevê, num primeiro momento, a implantação, ao todo, de 85 estações, 850 bicicletas e 1.190 suportes, sendo que, em cada estação, serão colocadas 10 bicicletas e 14 suportes para "estacionamento" dos veículos. Além disso, haverá um serviço de redistribuição de bicicletas para que não haja acúmulo em determinadas estações, e carência em outras, principalmente após horários de "pico".
Na primeira etapa, três áreas da cidade serão contempladas com o Floribike: a região central, a Bacia do Itacorubi (abrangendo os bairros do Itacorubi, Santa Mônica e Trindade) e Coqueiros. Isto em razão da infraestrutura parcial de ciclovias de que dispõem, da baixa velocidade de trânsito permitida nestas regiões, e por tratarem-se de "polos geradores de viagens", tendo em vista o fluxo de estudantes universitários, por exemplo.
Na fase piloto, serão 30 estações, totalizando 300 bicicletas e 420 suportes. Já para a segunda etapa, estão previstas 22 estações, 220 bicicletas e 308 suportes; na terceira etapa, 20 estações, 200 bicicletas e 280 suportes, e na quarta etapa, 13 estações, 130 bicicletas e 182 suportes.
Os usuários, por sua vez, precisarão efetuar um cadastro de acesso ao sistema (que poderá ser feito de forma presencial ou pela web e pelo qual será cobrado taxa de adesão) e optar por um plano de tarifas, conforme a preferência da periodicidade de uso. Mas a tarifa será gratuita no caso de "viagem" de até 40 minutos, que poderá ser repetida, novamente sem custo, após um intervalo de 20 minutos sem utilização da bicicleta pública, quantas vezes por dia o usuário desejar.
Zona 30
O diretor de Vigilância em Saúde e membro da rede Vida no Trânsito, Leandro Garcia, salienta que o Projeto Zona 30 (que foi executado pela primeira vez em 1983 pela cidade alemã de Buxtehude) trouxe redução no número de acidentes de trânsito onde foi implantado.
Segundo ele, a implantação do projeto envolve uma série de ações. Entre elas, a fixação de placas indicativas, a distribuição à população de flyers explicativos, ações em conjunto com a comunidade de educação no trânsito e sinalização horizontal da via.
O vereador Edmilson Pereira ficou de realizar uma audiência pública com a comunidade da Lagoa da Conceição para discutir a possibilidade de, posteriormente, a região também vir a ser beneficiada com a medida.
Ciclofaixa de Domingo na Ilha
Outra novidade anunciada na tarde desta quinta-feira pelo prefeito é a ampliação, dentro de 60 dias, para o lado da Ilha, do Projeto Ciclofaixa de Domingo, sendo que, desta vez, a contemplada será a avenida Madre Benvenuta.
A iniciativa vem sendo adotada com êxito num trecho de cinco quilômetros entre a Praia do Itaguaçu e a Beira-mar Continental (no Estreito) desde julho de 2013. No Continente, a ciclofaixa é devidamente sinalizada com faixa vermelha de rolamento e cones para uso exclusivo de ciclistas e pedestres.
Ao tratar do assunto, Cesar Junior fez questão de ressaltar que estão sendo previstas ciclovias em todas as novas implantações e requalificações de vias da cidade. É o caso da avenida Osni Ortiga (na Lagoa da Conceição), da avenida Beira-mar Norte, do elevado do Rio Tavares, da rua Padre Rohr (que liga Santo Antônio de Lisboa à Barra do Sambaqui) e da avenida Ivo Silveira (em Capoeiras).
› FONTE: Prefeitura de Florianópolis