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Imposto é o principal entrave para impulsionar progresso

Publicado em 17/09/2013 Editoria: Economia Comente!


foto: Divulgação

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No Brasil, entrevistados sentem dificuldade para abertura de empresa, que é de 119 dias, enquanto nos outros países é de 20 dias

Com muitos países enfrentando níveis altos de desemprego e diversos desafios no caminho do crescimento econômico, o estudo G20 Entrepreneurship Barometer, da multinacional de consultoria e auditoria EY (anteriormente Ernst & Young), faz um alerta aos governantes dos países do G20 para que colaborem com os empreendedores como forma de melhorar suas economias e gerar empregos.

O estudo apresenta um novo método para ranquear os países do grupo de acordo com cinco pilares do ecossistema empreendedor: acesso a financiamento; cultura empreendedora; impostos e regulamentação; educação e capacitação; e apoio coordenado. O Barometer baseia-se em entrevistas com 1,5 mil empreendedores e dados sobre as condições e melhores práticas para o empreendedorismo nos países do G20.

Para os empreendedores brasileiros, Impostos e Regulamentação foram considerados os itens que mais impactam o crescimento dos negócios. O tempo médio para abrir uma empresa é de 119 dias, contra uma média de 20 dias nos demais países do G20. Além disso, o tempo gasto no Brasil para resolver questões tributárias é de 2.600 horas, enquanto nos demais países, a média não ultrapassa 347 horas. 

Outro item relevante para os empreendedores brasileiros é o acesso a financiamento. Cerca de metade dos empreendedores (43%) afirmam ter dificuldade para conseguir financiamento. Por outro lado, 80% dos empreendedores locais percebem melhoria no amparo do empreendedorismo nos últimos três anos por meio de programas governamentais e de associações, contra 53% com a mesma opinião nos demais países do G20.

Acesso a financiamento é a maior prioridade global

O acesso a financiamento é citado como principal ponto para ação por 70% dos empreendedores ouvidos pela EY, os quais afirmam que conseguir fontes de financiamento continua sendo uma tarefa complicada mesmo com o crescimento dos negócios. O Barometer destaca que os governos deveriam criar mecanismos e instituições para prover os empreendedores com capital em todos os estágios de desenvolvimento das empresas, ao mesmo tempo em que fornece o apoio e a tutoria essenciais para que os empreendedores utilizem esse capital eficientemente.

Os Estados Unidos têm os melhores índices globais de acesso a financiamento, seguidos por Reino Unido e China e com uma grande variedade de países desenvolvidos e emergentes listados na sequência. Enquanto nos Estados Unidos apenas 15% dos empreendedores apontam que é difícil conquistar financiamento, em países como Itália e Argentina os índices chegam a 45% e 40%, respectivamente. Acesso a financiamento em estágios iniciais da empresa está começando a melhorar, com Estados Unidos, Canadá, Austrália, Arábia Saudita e Indonésia saindo-se bem no apoio astartups. Mais inovação é necessária para aumentar a disponibilidade de financiamento de empresas em estágios iniciais, o que inclui grandes corporações deslocando recursos para melhorar seus próprios processos inovadores enquanto apoiam negócios empreendedores.

As companhias também se beneficiariam significativamente do relaxamento da taxação direta e indireta que frequentemente se transforma em um fardo para os negócios. Entre os empreendedores ouvidos pela EY, 83% são favoráveis a incentivos fiscais à inovação em seus países. No Canadá, por exemplo, os empreendedores conseguem resgatar até 50% de seu investimento em pesquisa e desenvolvimento de produtos, independentemente de lucro ou prejuízo.


Criação de postos de trabalho e desemprego entre os jovens

Empreendedores já são responsáveis por dois terços dos empregos nos países do G20, e representam uma força essencial para a criação de ainda mais vagas, inclusive entre os jovens. Na União Europeia, os empreendedores criaram 67% dos novos empregos em 2012; na China, a proporção de empregos gerados por empreendedores no mesmo período chega a 75%.

Economias maduras estão na frente, mas os mercados emergentes estão chegando lá

Em todo o G20, os países desenvolvidos estão no topo da lista dos melhores ambientes para o empreendedorismo. Quando avaliados em todas as cinco categorias do Barometer, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos têm as melhores notas. Os Estados Unidos lideram em quesitos como acesso a financiamento e cultura empreendedora, enquanto a França apresenta o melhor cenário em educação e capacitação. No entanto, os países emergentes estão reduzindo a distância e sendo mais rápidos para fazer as reformas necessárias para melhorar o “ecossistema” para o empreendedorismo. A Arábia Saudita é o país mais atrativo do ponto de vista dos impostos incidentes sobre o empreendedorismo e da regulamentação simples para o setor. No último “pilar”, apoio coordenado, o que inclui tutoria empresarial e rede de contatos, a Rússia está no topo, seguida por México e Brasil. Veja a tabela abaixo para mais informações.

Um chamado à ação para os governos

Ao lado de melhorias financeiras, existe uma mensagem clara dos empreendedores por uma mudança cultural que acabe com o estigma à falência, enalteça o empreendedorismo, promova o pensamento coletivo por políticas públicas e ambientes de negócios e coordene o apoio dos setores público, privado e voluntário. Os empreendedores norte-americanos têm um medo relativamente baixo de falhar; 43% deles, aliás, veem o fracasso nos negócios como uma oportunidade de aprendizado. Nos países do G20, os que têm essa concepção sobre a falência somam 23%, em média.

› FONTE: Literal Link

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