A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) catarinenses, divulgada pela Fecomércio SC, atingiu, neste mês de março, o patamar de 121,5 pontos, o nível mais baixo desde que começou a ser publicada, em janeiro de 2010. Em março, o ICF caiu -5,9% em relação a fevereiro e -13,5% em relação ao mesmo mês de 2014.
Os itens emprego e renda mantêm números positivos (138,9 pontos e 165,4 pontos, respectivamente), mesmo frente à perspectiva de retração econômica em 2015. Por outro lado, o consumo atual caiu pela primeira vez, desde maio de 2011, abaixo dos 100 pontos, atingindo a marca de 97,8 pontos, o que significa que o indicador entrou no campo negativo.
A confiança em relação à renda atual caiu -0,5% na comparação mensal e permanece constante na anual. Os dados indicam que o consumidor catarinense está conseguindo fazer frente a seus gastos, o que explica o baixo nível de inadimplência no Estado. Já as expectativas sobre o consumo atual caíram -11,3% no mês e -12,6% no ano.
O nível de emprego entre fevereiro e março caiu -1,0% e -5,3% no mês e no ano, respectivamente, passando para um nível considerado pessimista. Isso porque o índice de desemprego continua baixo, apesar do desaquecimento da economia.
No mês de março, o indicador perspectiva profissional apresentou uma queda de -2,9% na comparação mensal e de -3,7% na comparação anual.
O dado demonstra que a situação de pleno emprego do mercado de trabalho já não tem mais margem para se expandir, ou seja, está entrando em processo de estagnação. Isso porque a marca está num patamar considerado muito baixo: 97,2. O que significa que os catarinenses estão pessimistas em relação à sua perspectiva profissional.
O acesso ao crédito, em termos mensais, apresentou uma queda de -5,5%. Na comparação anual uma forte queda de -16,9%. O resultado negativo no mês revela que as condições de pagamento estão debilitadas, devido às altas taxas de juros e ao elevado comprometimento da renda com dívidas.
A perspectiva de consumo das famílias catarinenses caiu -15,7% entre fevereiro e março. Na comparação anual, houve acentuada queda de -36,4%.
O indicador teve como pontuação o valor de 85,1 pontos, o menor de toda a série histórica iniciada em janeiro 2010. A forte queda anual está associada ao crescimento reduzido da renda, as fortes pressões inflacionárias e pelos elevadíssimos juros atuais, juntamente com as políticas de ajuste anunciadas pela equipe econômica do governo.
O momento para duráveis em sintonia com a perspectiva de consumo caiu -8,3% entre fevereiro e março. No contexto anual, o indicador registrou queda de -19,6%. Mais uma vez a queda nos indicadores mensais e anuais reflete a retração do crédito, bem como as medidas de ajustes adotadas pelo governo, as quais reforçam as pressões inflacionárias.
› FONTE: Fecomércio