A queda nos preços internacionais das commodities (produtos de origem agropecuária e mineral) e a redução no crescimento do comércio mundial são os principais motivos para a retração registrada nas exportações catarinenses no primeiro bimestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado. A análise é do economista e consultor da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Paulo Guilhon.
Conforme os dados divulgados pela entidade, as vendas de produtos de Santa Catarina para o exterior caíram 11,8% no acumulado de janeiro e fevereiro deste ano, somando 1,09 bilhão de dólares - mais de R$ 3,5 bilhões, conforme a cotação desta sexta-feira (13). O frango, principal produto de exportação catarinense, registrou queda de 12,6%. Já os motores e geradores elétricos, principal produto industrializado de exportação do estado, caíram 25,2% na comparação com o primeiro bimestre de 2014.
“As commodities, como frango, suínos, soja, respondem pela maioria das exportações catarinenses. E nós enfrentamos queda dos preços internacionais desses produtos”, explica Guillhon. “Some-se a isso que, desde a crise de 2008, o comércio entre os países cresce num ritmo menor, inferior ao crescimento do PIB mundial. Isso impactou negativamente nas exportações catarinenses.”
Carga tributária, taxas de juros elevadas e problemas de infraestrutura logística também colaboram para que a redução das exportações, na avaliação do consultor da Fiesc. Já os aumentos da tarifa de energia elétrica e dos combustíveis, registrados no início desde ano, ainda vão impactar na alta do custo de produção e consequente alta do preço final dos produtos para exportação, o que pode atingir negativamente as exportações no decorrer do ano.
Em compensação, segundo Guillhon, a alta do preço do dólar, que chegou a quase R$ 3,30 nesta sexta, tende a melhorar a competitividade dos produtos de exportação catarinenses, com a redução do preço em dólar, o que os torna mais baratos. “Mas essa é uma medida paliativa. A melhoria nas exportações só vai se dar quando o Brasil adotar uma pauta de exportações de alta densidade tecnológica e criar condições para que sua indústria ganhe competitividade, com melhorias na infraestrutura e redução da carga tributária”, acredita o economista.
› FONTE: ALESC