foto: Laboratório de Fisioterapia Respiratória da Udesc - Miriam Zomer
Ex-fumantes com diagnóstico de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), como enfisema ou bronquite crônica, podem testar sem custo sua capacidade pulmonar e receber tratamentos gratuitos para melhorar a qualidade de vida a partir de dois projetos realizados pelo Laboratório de Fisioterapia Respiratória da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
Os serviços estão disponíveis em Florianópolis há mais de três anos e já conta com casos de sucesso na recuperação da capacidade dos pacientes de realizar atividades rotineiras, como subir escadas.
Fumante por 42 anos, o aposentado Célio Goularte, de 69 anos, parou de fumar há 13. Após o diagnóstico médico, procurou a Clínica Escola de Fisioterapia, do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, onde são realizados os testes e os tratamentos.
“Eu cheguei aqui com enfisema pulmonar e a respiração ruim, sem conseguir subir um lance de escadas; hoje eu consigo”, comemora Célio. “Com o tratamento daqui”, explica, “estou bem melhor”. Célio conseguiu reduzir a medicação e a pressão arterial baixou para níveis próximos da normalidade.
As atividades estão abertas para ex-fumantes sedentários com mais de 40 anos e diagnóstico de DPOC. Não podem fazer o teste pessoas que já passaram por tratamento para doenças pulmonares. “O check-up é importante porque as pessoas vão conhecer o seu real estado de saúde”, explica a Prof. Dra. Eliane Paulin, coordenadora do programa de extensão Inspirar. Nos testes é realizada a espirometria (medição dos volumes e fluxos pulmonares), o teste de capacidade funcional (caminhada de seis minutos) e a fluoroscopia (avaliação da mobilidade diafragmática).
Após o check-up completo confirmar o diagnóstico médico, o paciente é encaminhado para os projetos de exercícios respiratórios e reabilitação. “A partir do conhecimento do estado real de saúde, o paciente é encaminhado ao tratamento: ao programa de reabilitação pulmonar ou ao programa específico de estratégias respiratórias”, conclui a Eliane.
As atividades completas do tratamento duram três meses. Pelo programa Inspirar, os pacientes aprendem técnicas de exercícios de estratégias respiratórias. Já o Núcleo de Assistência, Ensino e Pesquisa em Reabilitação Pulmonar (Nureab) responde pelo programa de recondicionamento físico com exercícios aeróbios, como caminhadas em esteira, e exercícios localizados para membros inferiores e superiores. Ações educacionais e orientações nutricionais completam a lista de atividades oferecidas.
Segundo a Prof. Dra. Anamaria Mayer, que coordena o Nureab, a DPOC compromete a função respiratória. “Significa que, para fazer as atividades cotidianas, coisas simples do dia a dia, estes pacientes têm muitas limitações por conta da falta de ar, devido à doença pulmonar, e também pela deterioração da musculatura de pernas e braços”, explica Anamaria.
O aposentado Luiz Gonzaga Correia, de 67 anos, sentiu estas consequências decorrentes dos 35 anos em que consumiu cigarro. Em 2010 passou uma semana internado após uma crise respiratória. Após o episódio, procurou tratamento. Desde que começou a participar das atividades clínicas não teve mais crises. “Mudou tudo na minha vida. Faço academia disposto, tomo banho sozinho. É uma tranquilidade."
A estrutura da clínica está preparada para o atendimento até 20 pessoas por semestre no projeto de reabilitação. O projeto de exercícios respiratórios consegue atender até oito pessoas no mesmo período. Desde agosto de 2011, quase 200 pessoas já participaram da iniciativa. Segundo as coordenadoras, este é o único programa gratuito que reúne estas atividades em Santa Catarina.
Os participantes são acompanhados por dois anos após as atividades do projeto. Segundo as coordenadoras, o acompanhamento permite avaliar os resultados da reabilitação.
A lista de espera para fazer o teste tem 20 pessoas agendadas. Para o agendamento do check-up, os interessados devem ligar no (048) 3321-8602 ou se dirigir ao Laboratório de Fisioterapia Respiratória da Udesc, no bairro Coqueiros, em Florianópolis.
› FONTE: ALESC
