Força-tarefa apura crimes tributários praticados por empreiteiras, doleiros e servidores envolvidos em desvios na Petrobras. Em outra frente, Receita vai pedir a autoridades francesas informações sobre brasileiros que movimentaram em filial suíça do HSBC.
A Receita Federal criou uma força-tarefa para investigar sonegação fiscal e outros crimes tributários cometidos por empreiteiras, doleiros e servidores envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras denunciado na Operação Lava Jato.
Segundo o jornal O Globo, a primeira fase da investigação será concentrada nos quatro doleiros presos pela Lava Jato e nas empreiteiras que fizeram negócios com eles. Os doleiros presos na Lava Jato são Alberto Youssef, Nelma Kodama, Raul Sour e Carlos Habib Chater.
A Receita está de olho nas remessas e transações financeiras feitas pelos investigados no exterior. As apurações sobre partidos e políticos devem aguardar os desdobramentos da operação no Supremo Tribunal Federal (STF), onde tramitarão as ações envolvendo autoridades federais.
Comprovada a sonegação fiscal, além da devolução dos valores sonegados corrigidos monetariamente, os acusados estarão sujeitos a multas no valor de 75% do valor devido. De acordo com o Ministério Público, os bens e valores acumulados por cinco delatores passam dos R$ 500 milhões.
A reportagem de O Globo destaca que, em outra frente, a Receita Federal vai pedir a autoridades francesas informações adicionais sobre brasileiros que movimentaram dinheiro na filial suíça do HSBC, instituição acusada de acobertar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas de parte de seus clientes.
Segundo a operação “SwissLeaks”, feita pelo Consórcio Internacional de Jornalismo Investigado, 5,5 mil brasileiros mantinham contas na filial suíça do HSBC, muitas delas sem declarar à Receita. Entre elas, há pelo menos 11 investigadas na Lava Jato, informa o jornal carioca. Entre 2006 e 2007, o saldo das contas de brasileiros estaria em torno de R$ 7 bilhões.
› FONTE: Congresso em foco