Recorde no número de transplantes em 2014, o Estado busca este ano, a partir do Centro de Captação, Notificação e Distribuição de Órgãos e Tecidos de Santa Catarina (SC Transplantes), conscientizar a população a se engajar ainda mais na causa, visando acabar com a fila de espera.
Dentro das estatísticas nacionais, o coordenador do SC Transplantes, Joel Andrade, destaca que o Estado é recordista na doação de órgãos no Brasil dentro de uma proporção de habitantes em cada território brasileiro, sendo 32,6 doadores por milhão de habitantes ao ano.
De acordo com o coordenador, ano passado SCregistrou um recorde histórico com 202 doações realizadas, 32 a mais que 2013. Com um aumento de 18%, em 2014, o mês de dezembro foi destaque, com 28 doações, número recorde em um período de 30 dias desde a criação da SC Transplantes, em 1999.
“Agradecemos a cidadania da população catarinense, onde muitas das famílias dizimadas pela dor da perda de um ente querido têm aceitado cada vez mais fazer as doações. De cada 10 famílias, sete tem aceitado doar os órgãos de seus filhos”, revela.
O profissional explica que o SC Transplantes vem obtendo bons resultados com o apoio de muitos órgãos governamentais e não governamentais, como Associação de Pacientes, Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Militar, entre outros, que atuam nesta logística que desenvolve uma atividade intensa.
“O trabalho desenvolvido pela Secretaria de Saúde, através do SC Transplantes, opera na organização de equipes que procuram doadores. Esta equipe faz a identificação do potencial do doador, o diagnóstico de morte encefálica, a entrevista familiar e por fim o apoio a todas as logísticas que são montadas para que uma doação seja executada, sendo que um desses processos envolve, em apenas um dia, aproximadamente 500 profissionais da saúde”, explica.
Atualmente há 49 hospitais capacitados para retirada de órgãos, com destaque para o Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, Hospital São José, em Joinville, e Hospital Santa Isabel, em Blumenau.
Fila de espera
Segundo Joel, hoje existem 850 catarinenses esperando um transplante, porém há alguns anos atrás eram quase 1.500. “Estamos reduzindo a fila que nunca acabará, pois a cada dia novos pacientes ingressam na lista de espera. Enquanto existir catarinenses na fila é preciso que as equipes continuem procurando meios para melhorar o resultado”, enfatizou.
Alerta
O médico ressalta que, a partir de auditorias internas, ficou comprovado que um número não desprezível de aproximadamente 15% das mortes encefálicas ocorridas em nossos hospitais não são notificadas para a central de transplantes. “Em avaliação do ano anterior, estamos revendo algumas estratégias para buscar melhorar esse aspecto, e assim melhor atender a população de Santa Catarina”, frisou.
Recomendação
Na condição de representante do SC Transplantes, Andrade recomenda que a população faça uma reflexão sobre seu posicionamento de ser ou não ser um doador, deixando claro seu desejo aos familiares.
“A sociedade é segura para quem precisa de transplantes, onde existe doação. As mortes inevitáveis são o principal alvo de doação, porém se faz necessário evoluir para que os doadores deixem seus desejos explícitos aos familiares”, aponta.
Segundo ele, a doação faz bem para todos, especialmente para a família de um doador, que na maioria das vezes encontra força para superar a dor da perda após a doação.
› FONTE: ALESC