Conselho de Administração da companhia não chegou a um consenso para definir perdas sofridas pela estatal por causa dos desvios de recursos em suas contas. Decisão teve aval do Planalto.
As ações da Petrobras fecharam o pregão de quarta-feira (28) na BM&F Bovespa com quedas acentuadas e puxaram para baixo o Ibovespa, o principal índice da bolsa, que fechou com queda de 1,85%, a 47.694 pontos.
Na prática, a estatal perdeu R$ 14 bilhões em valor de mercado pela reação de investidores ao fato de a cúpula da empresa não registrar no balanço as perdas que vieram à tona com a Operação Lava Jato.
Os papéis Petrobras PN terminaram o pregão com queda de 10,42%, a R$ 9,11, e os Petrobras ON, a R$ 8,69, com baixa de 9,85%. Na madrugada de hoje, a Petrobras divulgou as demonstrações contábeis do terceiro trimestre do ano passado, que mostram lucro líquido de R$ 3,084 bilhões.
O balanço foi aprovado pelo Conselho de Administração da companhia que, após mais de sete horas de reunião, não chegou a consenso para definir perdas sofridas pela estatal por causa dos desvios de recursos em suas contas, constatados pela Operação Lava Jato.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o balanço apresentado pela estatal infla os ativos em R$ 88,6 bilhões. O jornal informa também que ativos subavaliados em R$ 27,2 bilhões, gerando um rombo potencial de R$ 61,4 bilhões. Segundo a Petrobras, o relatório é preliminar e ainda será revisto. A decisão de não acrescentar as perdas foi tomada em acordo com o Palácio do Planalto, afirmou o Estadão.
O balanço da Petrobras não foi auditado independentemente, mas ainda assim foi divulgado, segundo nota da empresa, para atender a “obrigações da companhia (covenants) em contratos de dívida e facultar o acesso às informações aos seus públicos de interesse”.
› FONTE: Congresso em Foco