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Gabriel Medina conquista o primeiro título mundial do Brasil no Havaí

Publicado em 22/12/2014 Editoria: Esporte Comente!


foto: Kirstin Scholtz

foto: Kirstin Scholtz

O fenômeno de Maresias que completa 21 anos de idade nesta segunda-feira (22) quase sacramentou o feito inédito com uma vitória no Billabong Pipe Masters não fosse a virada do australiano Julian Wilson no último minuto da final.

Gabriel Medina é o novo campeão mundial do Samsung Galaxy ASP World Championship Tour, conquistando no Havaí o primeiro título do Brasil nos 38 anos da história do circuito iniciado em 1976.

Com apenas 20 anos de idade, o novo fenômeno do esporte recebeu a troféu de melhor surfista do mundo do tricampeão Mick Fanning, 33, depois de uma final eletrizante do Billabong Pipe Masters em memória a Andy Irons, com outro representante da nova geração, Julian Wilson, 26.

Medina liderava com uma nota 10 num tubaço fantástico no Backdoor, mas no último minuto o australiano também surfou um sensacional para virar o placar para incríveis 19,63 a 19,20 pontos e ganhar a coroa de Pipe Master, além do caneco de campeão da Tríplice Coroa Havaiana. 

No entanto, isto não diminuiu a festa brasileira nas areias do templo sagrado do esporte, com a multidão carregando Medina nos ombros até o pódio. Para não depender dos resultados dos seus dois únicos concorrentes ao título, ele precisava ser finalista do Billabong Pipe Masters em memória a Andy Irons e atingiu a meta.

Na sexta-feira de tubos de 6-8 pés tanto nas esquerdas de Pipeline como nas direitas do Backdoor, Gabriel Medina já tirou Kelly Slater da briga quando derrotou o havaiano Dusty Payne, que liderava o ranking da Tríplice Coroa Havaiana. Mick Fanning ainda continuou no páreo ao superar o francês Jeremy Flores com um tubo surfado no minuto final, mas Slater acabou eliminado em 13.o lugar na terceira fase também nos últimos segundos por um tubaço do brasileiro Alejo Muniz.

foi o catarinense que acabou confirmando o título mundial para Gabriel Medina ao barrar o seu outro concorrente, Mick Fanning, na repescagem para as quartas de final.

"Este é o dia mais feliz da minha vida. É incrível que a gente tem um sonho e hoje se tornou realidade, então não estou mais sonhando, é verdade, mas ainda nem consigo acreditar", disse Gabriel Medina. "Sei que este não era um sonho só meu, mas da minha família também e de todos os brasileiros. Muitos caras tentaram, o Fábio Gouveia e o Teco Padaratz que abriram as portas do circuito mundial para nós, o Adriano de Souza, mas não sei porque que Deus me escolheu para conseguir isso e só tenho que agradecer a Ele e a todos que torceram por mim, que sei que são muitos. Eu amo surfar e se não tivesse dinheiro em jogo eu iria surfar porque amo fazer isso e este título não é só meu, é para todos nós brasileiros".

Com a passagem de Medina para a quarta fase, o australiano Mick Fanning já precisava da vitória no Pipe Masters para impedir o primeiro título do Brasil na história do WCT, mas perdeu para Alejo Muniz e terminou em nono lugar como vice-campeão mundial de 2014.

Medina já estava na água disputando a quarta de final verde-amarela com o também paulista Filipe Toledo quando ouviu o anúncio e saiu para festejar o título, mas voltou ao mar e ainda venceu a bateria.

Depois passou por Josh Kerr para se tornar o segundo brasileiro a ser finalista em Pipeline, repetindo o feito do carioca Pepê Lopes no primeiro ano do Circuito Mundial, que ficou em sexto lugar naquela final de 1976 composta por seis competidores.

Final eletrizante 

A decisão foi emocionante do início ao fim. Começou com Julian Wilson saindo de um tubo incrível no Backdoor que recebeu nota máxima de dois dos cinco juízes, com a média ficando em 9,93. Mas, Medina logo deu o troco em outro tubaço ainda mais fantástico, sumindo na cortina d´água e reaparecendo com o spray já com os braços para cima para ganhar nota 10 unânime.

Depois pegou um nas esquerdas de Pipeline que valeu nota 8 e liderou toda a bateria, até a série que entrou no último minuto. O australiano achou outro tubão nas direitas do Backdoor e saiu em pé vibrando com a onda que poderia lhe dar a vitória, mas Medina também pegou uma bomba nas esquerdas de Pipeline, sumiu lá dentro e surgiu depois da baforada do spray também festejando com os punhos cerrados para a vibração da praia.

Os dois saíram do mar sem saber das notas, mas certos de que seriam altas. A primeira a ser divulgada foi a 9,70 de Julian Wilson que já superava os 18 pontos de Medina, que ficou precisando de 9,63 pontos para confirmar a primeira vitória brasileira no Pipe Masters.

Ele já era carregado pelos ombros da torcida quando saiu a nota 9,20, mas a derrota não diminuiu a festa verde-amarela nas areias de Pipeline. Se vencesse, Gabriel Medina seria o primeiro surfista da história a ganhar as etapas nas esquerdas mais desafiadoras do Circuito Mundial, pois neste ano já havia faturado o título nas ilhas Fiji e também nos temidos tubos de Teahupoo, no Taiti.

Ainda assim, conquistou o melhor resultado de um brasileiro no templo sagrado do esporte na ilha de Oahu, com o vice-campeonato no Billabong Pipe Masters.

"Foi um ano incrível. Eu já nem consegui acreditar que tinha vencido em Snapper Rocks (na Gold Coast, Austrália), nem quando ganhei em Fiji e depois em Teahupoo numa final contra o Slater. Mas, eu queria vencer aqui em Pipeline também, só que o Julian (Wilson) me tirou o título ali no final, mas tudo bem, estou muito feliz do mesmo jeito porque o sonho já estava realizado, que era ser campeão mundial", disse Gabriel Medina.

"Eu me sinto muito honrado de estar aqui, eu amo surfar Pipeline e Backdoor e poder fazer isso com os melhores surfistas do mundo é indescritível, ainda mais disputando um título mundial contra caras como o (Kelly) Slater e o Mick (Fanning), que sempre foram uma inspiração para mim desde quando eu era um garoto e nem sonhava estar aqui".

 

 

 

› FONTE: ASP

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