A atriz Gabriela Haviaras, que também é colunista do Floripa News nos concedeu uma entrevista na qual fala sobre carreira e a sua participação na mini série Conselho Tutelar na Record. Confira como foi o nosso papo com essa catarinense que está arrasando nas telinhas da TV e cinema.
Floripanews: Como surgiu à oportunidade de participar da minissérie?
Gaby Haviaras: Soube através da produtora que este trabalho estava sendo produzido e me interessei muito pelo assunto. Mandei meu material e fiz teste para a personagem. Depois de muitos meses de decisão fui aprovada!
FN: Para você qual a importância do seu personagem, na minissérie Conselho Tutelar?
GH: Para mim a Lidia tem uma importância especial na estrutura de uma instituição pública, a de um funcionário que não está feliz com o que faz! Não podemos generalizar, há profissionais incríveis que levam nossos sistemas público “nas costas”. Mas sempre há estas pessoas dentro das repartições que batem cartão, os que foram colocados ali politicamente e não se interessam nem um pouco pelo seu cargo. Estas pessoas não ajudam o sistema, pelo contrário atrapalham. E elas precisam ser retratadas para haver uma reflexão. Ela é o contraponto daquela estrutura ali.
FN: Como foi o processo de pesquisa para fazer o papel de Lídia na minissérie?
GH: Quando soube que ia fazer entrei em contato com o conselheiro tutelar que estava dando toda a assistência para a série, o Heber Bóscoli. Ele me levou para dentro do CT da Rocinha para aprofundar os conhecimentos desta estrutura e ampliar o meu discurso sobre o que estava fazendo. Acompanhei dois atendimentos, conversei com as psicólogas e assistente sociais. Foram dois dias incríveis de muito envolvimento. Sai dali tocada e me aprofundei no tema e no texto da série.
FN: Qual o principal desafio dessa personagem na sua carreira?
GH: Um novo personagem, um novo trabalho sempre é um grande desafio. No caso da Lidia foram dois. O primeiro foi encarar um personagem expressivo na Tv, uma linguagem que até então havia trabalhado pouco.
E o segundo e maior foi construir esta pessoa que não se envolve com estes assuntos, trata todo aquele dia a dia de histórias terríveis com prática e frieza. O que é completamente meu oposto, principalmente depois de ter vivido isso no CT da Rocinha e chorado por dias com as histórias!
FN: Você foi escalada para atuar na minissérie no início do ano. De lá para cá como estão os trabalhos?
GH: Nós trabalhamos durante três meses para fazer estes cinco episódios. Até a estréia agora em dezembro este trabalho me abriu porta para outros que irão ao ar em 2015.
Gaby na sua personagem em Conselho Tutelar, a funcionária Lídia
FN: Você já participou de muitas peças de teatro e curtas. Qual a diferença deste trabalho? O que ele traz de novidade para sua carreira?
GH: Eu tenho uma trajetória construída no teatro, desde a minha formação na Udesc em artes cênicas e a continuidade dessa estrada, quando morei em Curitiba e Rio de Janeiro. Fora os 20 anos de construção e formação em Dança. Artisticamente um trabalho na TV, no cinema e no teatro eles serão sempre desafiadores, instigantes, te colocam a prova sempre para te transformar. Mas na prática são linguagens diferentes, o que também gera desafios o tempo todo. O que a TV e o Cinema trazem de novo é a visibilidade que muitas vezes o teatro apenas carece.
FN: Quais outras personagens te marcaram mais?
GH: Calipso. Uma travesti que interpretei no curta metragem Garoto de Aluguel. Foi um trabalho incrível, um laboratório transgressor e um personagem marcante na minha construção. Me fez rever o masculino e o feminino, o meu ying e yang na vida!
FN: Há outros projetos marcados para o próximo ano?
GH: Sim! Em janeiro vai ao ar um episódio de Milagres de Jesus da Record que gravei, se chama “A Mulher Adultera” com a Gisele Itié e o Luciano Zafir. E em abril a série “Santo Forte” do canal AXN. E claro aguardando a segunda temporada de Conselho Tutelar.
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)