A Secretaria de Segurança, Defesa Social e Trânsito deve promover reuniões setoriais para avançar no debate.
A proposta de implantação de estacionamento rotativo, popularmente conhecido como Zona Azul, em São José foi discutida em uma audiência pública, realizada na noite da última terça-feira (2).
Representantes do setor empresarial, comerciantes, moradores conheceram os detalhes do projeto e debateram as sugestões com a equipe do Departamento de Trânsito. O presidente da Câmara de Vereadores, Sanderson de Jesus, também participou da reunião.
A engenheira de tráfego Eliara Porto apresentou a proposta, elaborada pela empresa pela VIA 11 – Engenharia de Segurança Viária, levando em consideração as condições do trânsito e a frota de veículos do município.
Segundo o estudo, "a dificuldade em encontrar uma vaga faz com que o condutor circule em baixa velocidade, comprometendo ainda mais o fluxo de trânsito na via. A implantação de estacionamento rotativo controlado propicia uma rotatividade e a democratização do uso das vagas em vias públicas".
Foram apresentadas três formas de administração do sistema – pela administração municipal, por entidade beneficente ou por entidade privada. A opção mais viável, levando em consideração os custos de implantação do sistema, seria a concessão para uma empresa privada, escolhida através de licitação. Neste caso, a empresa repassaria, mensalmente, um valor fixo por vaga operada pelo sistema. Segundo a secretária de Segurança, Andréa Pacheco, todo o recurso arrecadado com Zona Azul, por lei, só pode ser investido no setor de trânsito, como sinalização e manutenção da via.
Para ser viável economicamente, o sistema deve operar com cerca de cinco mil vagas. A implantação seria feita por etapas, começando pelos bairros Kobrasol e Campinas. Na sequência, o sistema seria instalado no entorno da sede dos Correios (bairro Nossa Senhora do Rosário), na Avenida Leoberto Leal (Barreiros), em Forquilhinha e no Centro Histórico.
Um dos pontos mais polêmicos é com relação às vagas de recuo, sobre a calçada. É considerado recuo regular quando o espaço total entre a vaga e o meio fio é de sete metros – 5,5 metros para a vaga de estacionamento mais 1,5 metro de calçada.
O problema é que muitas vagas de recuo têm menos de cinco metros, sendo que o veículo estacionado acaba avançando sobre o passeio. "Principalmente na Avenida Lédio João Martins há muitos problemas de conflito entre carros e pedestres, além das dificuldades para deficientes físicos e deficientes visuais. Com o projeto de estacionamento rotativo, nosso objetivo é regularizar a questão dos recuos e da acessibilidade", assinala Eliara.
O estudo também apresenta algumas opções de cobrança, como talão de preenchimento manual e parquímetro.
Para a secretária Andréa Pacheco, em termos de custos, seria mais fácil iniciar o processo com talão de preenchimento manual, em uma fase de transição, até chegar ao controle eletrônico. "Estamos buscando algum consenso. Esta é uma proposta e estamos trazendo todas estas questões para reflexão. Nossa intenção é que a comunidade e o setor empresarial se manifestem para que possamos avançar", destaca.
Para o morador e comerciante João Barbieri, o que deve ser levado em consideração é o bem comum, já que, cada vez mais, as cidades necessitam de áreas de convivência.
"A curto prazo, o comerciante pode até reclamar, mas a longo prazo ele só tem a ganhar. Hoje no Kobrasol, em muitas lojas, o acesso é difícil e o cliente nem enxerga as vitrinas, por conta dos carros estacionados e a inclinação das calçadas", apontou.
O presidente da Câmara de Vereadores, Sanderson de Jesus, concordou que a questão é polêmica, principalmente no que se refere aos recuos, mas lembrou que a discussão destes pontos pode avançar no Legislativo, que atualmente está analisando o projeto do novo Código de Obras do Município. "O Legislativo está à disposição para contribuir neste debate de questões que são vitais para o desenvolvimento de São José", reforçou Sanderson.
O presidente da Aemflo/CDL, Marcos Antonio Cardozo de Souza, afirmou que a entidade fez duas pesquisas entre os associados e a maioria aprovou a proposta de instalação de estacionamento rotativo. "Acho que a proposta é viável, mas precisa ser mais discutida", pontuou.
Souza sugeriu a realização de encontros setoriais para discutir a proposta, começando pelos bairros Campinas e Kobrasol. A secretária Andréa Pacheco aprovou a sugestão e novos encontros com a comunidade serão agendados.
As informações sobre o estudo para a implantação do estacionamento rotativo estão no site: http://www.pmsj.sc.gov.br/zonaazul.
› FONTE: Prefeitura de São José