Dados foram divulgados na Semana Nacional do Doador de Sangue marcada também pelo lançamento de sistema para cadastramento de pacientes com doença falciforme.
Todos os dias milhares de brasileiros necessitam de sangue para a realização de transplantes, cirurgias e atendimentos de urgência. Na Semana Nacional do Doador de Sangue, dados do Ministério da Saúde mostram que o número de coletas no SUS, em 2014, deve chegar a 3,4 milhões de coletas, maior que o registrado em 2013, de 3,3 milhões.
No entanto, o Ministério alerta que a taxa de doação por habitante registrou queda em 2013 se comparado à 2012 – passando de 18,75/mil hab para 17,84/mil hab. Uma vez que a população vem crescendo torna-se fundamental o aumento de coletas para manutenção dos estoques atuais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a autossuficiência seja alcançada com variação entre 1% e 3% da população doando sangue.
Durante o evento comemorativo realizado no Hemocentro de Brasília nesta quarta-feira (26), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, reforçou a importância de doação de sangue. "Estamos tendo uma diminuição pequena nas doações, mas ainda é uma diminuição.
Estamos nos preparando para as férias e precisamos levar este gesto de solidariedade às pessoas e ampliar o número de doadores. Normalmente, a doação é despertada quando um paciente está doente, mas precisamos de doadores cativos. A doação faz bem ao corpo, à mente e deve ser incentivada”, alertou Chioro.
Na ocasião, Chioro anunciou o lançamento do Sistema Hemovida Web que reunirá informações cadastrais, clínicas e medicamentosas de pacientes com hemoglobinopatias, doenças provocadas por defeitos na hemoglobina, como a doença falciforme.
“O sistema Hemovida traz um ganho para a gestão, não só para as equipes profissionais e centros que acompanham esses pacientes, mas melhora o nosso planejamento, nossa qualidade na assistência a esses pacientes”, comemorou o ministro.
Para não deixar os estoques desabastecidos, o Ministério da Saúde mobiliza a população para manutenção das doações por meio de ações como a realização de campanhas publicitárias e ações estratégicas para o aumento e a qualificação do estoque.
No último ano foi revista a faixa etária para doação, passando a idade mínima de 18 para 16 anos (com autorização do responsável) e máxima de 67 para 69 anos. Essa medida permitiu a abertura de mais 8,7 milhões novos voluntários.
Com a obrigatoriedade da realização do teste NAT, também em 2013, o Ministério garantiu a redução da chamada janela imunológica para a detecção de HIV e Hepatite tipo C, e consequentemente uma maior segurança nas transfusões. Desenvolvido pelo laboratório público Bio-Manguinhos, o teste encontra-se 100% implantado, o que garante que todo o sangue coletado na rede pública de saúde seja submetido ao Teste NAT.
HEMOVIDA WEB
Estima-se que mais de 40 mil brasileiros que recebem tratamento para doença falciforme no Sistema Único de Saúde (SUS) passarão a contar, a partir de hoje, com um sistema informatizado, com capacidade de reunir informações cadastrais, clínicas e medicamentosas sobre cada paciente atendido na rede pública de saúde.
O software tem o objetivo de sistematizar os indicadores sobre a doença sanguínea hereditária, caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos, contribuindo para o direcionamento das políticas públicas de doença falciforme.
O software já está em teste em duas capitais brasileiras: São Paulo e Bahia. Para aderirem ao sistema, os hospitais e hemocentros necessitam de acesso à internet. A adesão de gestores e serviços de hemoterapia é feita por termo de confidencialidade de uso e adesão.
Serão cadastrados os perfis de Gestor e de Serviço para início de uso do sistema. O Ministério da Saúde fará treinamentos por videoconferência, agendados após a liberação de acesso do serviço, para apresentar as funcionalidades da ferramenta.
DOENÇA FALCIFORME
A doença falciforme acontece devido à uma modificação no gene que ao invés de produzir a hemoglobina (Hb) A, dentro dos glóbulos vermelhos ou hemácias, produz outra hemoglobina, denominada Hemoglobina S (HbS).
Os principais sintomas são: anemia crônica, icterícia (cor amarelada na parte branca dos olhos), mãos e pés inchados e muita dor nos punhos e tornozelos (frequente até os dois anos de idade), além de crises marcadas por dores nos músculos, ossos e articulações.
O exame para doença falciforme é oferecido gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do Programa Nacional de Triagem Neonatal, conhecido como teste do pezinho, que inclui exames para a detecção precoce de outras seis doenças.
Além das transfusões de sangue, necessárias em alguns casos, o tratamento da doença falciforme inclui uso o ácido fólico, penicilina oral ou injetável (obrigatoriamente até os 5 anos de idade), antibióticos, analgésicos e antiinflamatórios (nas intercorrências).
› FONTE: Agência Saúde do Governo