Aperfeiçoar os métodos de inspeção, com a implantação de novas tecnologias, contratação de um número expressivo de profissionais especializados para a Cidasc e o Ministério da Agricultura, além de melhorar a qualidade do leite com a agregação de valor ao produto, possibilitando a exportação para o mercado internacional, foram alguns temas abordados pelos membros da Comissão de Agricultura em reunião que debateu a adulteração numa cadeia produtiva que movimenta R$ 7 bilhões por ano em Santa Catarina.
Idealizador do encontro, o deputado Moacir Sopelsa (PMDB) cumprimentou os órgãos envolvidos na descoberta da fraude, Gaeco (Polícia Civil) e Ministério Público, enfatizando que o produtor é o primeiro a ser prejudicado com a ação criminosa.
"Trezentos mil litros foram adulterados, então os bons devem ser preservados e os maus, penalizados". José Milton Scheffer (PP) destacou que é preciso avaliar o sistema de vigilância sanitária, carente de profissionais especializados numa atividade que reúne em torno de 70 mil famílias.
Luciane Carminatti (PT) qualificou a adulteração do leite como crime hediondo e questionou a segurança alimentar no consumo de suínos, carne bovina e de grãos.
"Que o fato não seja tratado como mais um crime na sociedade, pois a adulteração pode criar uma crise econômica, social e de credibilidade". O presidente da comissão, Carlos Chiodini (PMDB), declarou que o colegiado deseja aprofundar a discussão e espera receber proposições para aprimorar a legislação sobre a cadeia do leite.
MP e Ministério da Agricultura
A promotora de justiça Greice Malheiros da Rosa Souza fez um relato das três operações realizadas em Santa Catarina, que somente nesta terça-feira (4) indiciou 21 pessoas por crimes como organização criminosa, falsidade ideológica, quando aproximadamente 5% do leite produzido no Estado foi adulterado.
"Houve dificuldades de constatar fraude por meio de exames laboratoriais, então a investigação foi feita por intermédio de escutas telefônicas. A adulteração do leite não vai parar porque no Rio Grande do Sul já foram realizadas sete operações. A estrutura de fiscalização precisa ser reforçada".
› FONTE: ALESC