O Ministério Público de Santa Catarina está ouvindo os presos na Operação Leite Adulterado III e analisando toda documentação apreendida na última segunda-feira (20/10).
O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) está ouvindo também testemunhas e outros envolvidos. Essa etapa deverá ser concluída em 10 dias e as conclusões serão encaminhadas para a Comarca de Quilombo.
Nesta operação, são investigadas 11 empresas, sendo que uma fica na cidade de Iraí, no Rio Grande do Sul, e as demais no Oeste de Santa Catarina (lista abaixo). Até o momento, foram presas preventivamente 16 pessoas e cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em unidades industriais, residências e propriedades rurais. A suspeita é de adulteração do leite para consumo humano.
O crime de adulteração do leite vem sendo investigado há seis meses pelo GAECO, uma força-tarefa coordenada pelo Ministério Público de Santa Catarina e integrada por Promotores de Justiça, Policiais Civis, Policiais Militares e Auditores da Secretaria da Fazenda Estadual. O GAECO também contou com o apoio de fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA/SIF).
Depois que o Gaeco concluir a investigação, o MAPA poderá tomar as medidas cabíveis, como interdição das instituições, rastreabilidade dos produtos ou mesmo o “recall” do leite e derivados.
As empresas e pessoas abordadas nesta segunda-feira são distintas das Operações "Leite Adulterado I e II", realizadas em 19 de agosto. Desta vez, as ordens judiciais foram autorizadas pelo Juiz de Direito da Comarca de Quilombo (SC).
“Não descartamos novas prisões. Até o momento, além da adulteração do leite, já identificamos indícios de fraude tributária, documentação falsa e até uso de ‘laranjas’ por parte de empresas envolvidas. O foco da investigação são fraudes praticadas por transportadores, laticínios e queijarias. Essa operação visa intensificar a fiscalização de um setor extremamente importante para o consumidor e para a economia do Estado de Santa Catarina, para que todas as empresas atuem de acordo com as normas”, explica o coordenador do Gaeco em Chapecó, Promotor de Justiça Fabiano Baldissarelli.
Após três dias de oitivas, já é possível identificar fortes indícios da participação de empresas na fraude, seja na venda dos produtos químicos, transporte ou na adulteração direta do leite nas propriedades rurais e distribuidoras investigadas.
EMPRESAS
Empresa Cordilat / SC Foods – Cordilheira Alta/SC.
Empresa Master Milk – Iraí/RS.
Empresa Laticínios Oeste Lat – Coronel Freitas/SC
Empresa Agro Estrela – Coronel Freitas/SC
Empresa Transportes Irmãos Gris – Formosa do Sul/SC.
Empresa Cooperativa Agropecuária e de leite Milkfor – Formosa do Sul/SC.
Empresa GD Transportes – Formosa do Sul/SC.
Empresa Transportes Douglas – Formosa do Sul/SC.
Empresa Laticínios Santa Terezinha – Santa Terezinha do Progresso/SC.
Empresa Laticínios São Bernardino – São Bernardino/SC
Empresa cooperativa Coopleforsul – Formosa do Sul/SC
› FONTE: MPSC