À zero hora do dia 19 de outubro, começa o Horário de Verão (HV). Os brasileiros que vivem nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste devem adiantar o relógio em uma hora. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), esse horário proporcionará economia de energia de 195MW médios e de 55MW médios no subsistema Sudeste/Centro-Oeste e no subsistema Sul, o que representa 0,5% da energia consumida nesses subsistemas.
O Operador assinala que esses ganhos são relevantes, uma vez que os armazenamentos adicionais contribuem para a garantia do atendimento energético ao longo de 2015 e para eventual redução do despacho futuro de geração térmica, que tem reflexos nas tarifas para o consumidor final.
Durante a vigência do HV, a redução esperada de 55MW médios, a cada mês do período, equivale aproximadamente ao consumo médio mensal de Florianópolis.
O benefício energético esperado durante todo o período de vigência da medida, mantida a redução média da edição anterior, será de 150GWh, o que corresponde a um aumento de 1,1% no armazenamento equivalente das usinas hidrelétricas localizadas no subsistema Sul.
Do ponto de vista da segurança operacional do sistema, a redução esperada de demanda de 625MW na região Sul equivale aproximadamente a 132,7% da demanda de Joinville no horário de ponta noturna e evita o investimento de R$ 1,1 bilhão para construir uma usina térmica a gás natural (US$ 750/kW) destinada a atender somente à ponta noturna (veja gráfico).
Em Santa Catarina, a diminuição de demanda prevista, 180MW, proporcionará a redução do carregamento do sistema de atendimento à região metropolitana de Florianópolis, reduzindo possíveis cortes de carga em situações de contingência (veja comparativo esperado para cidades catarinenses).
Dados Comparativos – 180MW |
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Municípios |
MW |
Comparação |
Número de UCs |
Florianópolis |
243,6 |
73,9% |
225.406 |
São José |
92,8 |
194,1% |
97.456 |
Palhoça |
54,9 |
327,8% |
70.479 |
Blumenau |
206,6 |
87,1% |
135.277 |
Joinville |
471,0 |
38,2% |
201.087 |
Lages |
59,1 |
304,4% |
63.020 |
Videira |
41,5 |
433,9% |
20.288 |
Concórdia |
52,9 |
340,4% |
31.034 |
Jaraguá do Sul |
122,4 |
147,0% |
62.320 |
Joaçaba |
17,4 |
1035,0% |
13.090 |
Criciúma |
93,8 |
191,9% |
68.047 |
São Miguel d&39;Oeste |
18,7 |
960,8% |
17.255 |
Tubarão |
60,9 |
295,6% |
32.709 |
Rio do Sul |
34,7 |
518,9% |
26.311 |
Mafra |
18,8 |
957,5% |
22.361 |
São Bento do Sul |
44,7 |
402,4% |
31.355 |
Itajaí |
114,4 |
157,3% |
77.313 |
Chapecó |
112,6 |
159,9% |
78.622 |
Os dados do ONS apontam que os ganhos totais referentes ao custo evitado para contornar riscos em equipamentos em regime normal de operação resultarão em benefícios econômicos de R$ 74 milhões, com a redução de geração térmica por razões de segurança elétrica, no período de janeiro a fevereiro de 2015.
Desse total, R$ 18 milhões se referem ao despacho de energia térmica evitado nas usinas no subsistema Sul e R$ 56 milhões no subsistema Sudeste/Centro-Oeste.
A redução do valor da carga esperada para a ponta do sistema irá proporcionar redução da necessidade de geração térmica para atendimento aos horários de ponta e para a manutenção da segurança operativa durante os grandes eventos que ocorrem durante o verão como o Réveillon. Os ganhos referentes ao custo evitado na ponta resultarão em benefícios econômicos para o Sistema Interligado Nacional (SIN) de R$ 204 milhões, que somados aos custos evitados para a segurança elétrica, totalizam economia de R$ 278 milhões para o Setor Elétrico.
Os ganhos referentes à racionalização de investimentos em geração e/ou transmissão para o atendimento ao aumento de carga do período de verão, podem ser traduzidos pelo custo evitado de construção de térmicas a gás natural (US$ 750/kW) para atender à ponta, o equivalente a R$ 4,5 bilhões no SIN.
Benefícios
A adoção do HV traz benefícios para a operação do sistema, principalmente devido à redução da demanda no horário de ponta. A redução do consumo provocado pela defasagem de uma hora com a implantação do HV é explicada pelo deslocamento da entrada da carga de iluminação pública e residencial, evitando-se a coincidência com a carga dos consumos comercial e industrial, cuja redução normalmente se inicia após as 18 horas.
A superposição desses consumos, sem o Horário de Verão, causaria o aumento da demanda no horário de ponta com reflexos na segurança operacional dos estados dos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste. Portanto, no início do HV, a demanda na hora da ponta diminui, permanecendo reduzida até o término do HV, quando então, volta a elevar. A diferença entre os valores verificados de demanda, com e sem a vigência do HV, representa o benefício para o sistema elétrico.
Esse benefício pode ser avaliado também com a postergação de investimentos para atender o acréscimo na demanda apenas no horário de ponta bem como a garantia da confiabilidade em determinadas áreas do SIN e a redução (ou até mesmo eliminação) de cortes de carga em emergências.
Para o consumidor final, o benefício, além dos ganhos de lazer, turismo e segurança, pode ser traduzido no aumento evitado na tarifa de energia elétrica.
História
O procedimento é adotado durante o verão porque os dias são mais longos, em função da posição daTerra em relação ao Sol, daí o nome em português, espanhol, alemão e outras línguas. Em inglês, o termo "Daylight saving time" (Horário de economia com luz do dia, em tradução livre) enfatiza a função prática, enquanto no idioma italiano "Ora legale" (Hora legal) destaca o caráter institucional da medida.
No Brasil, o horário de verão é adotado todos os anos desde 1985. Até 2007 a duração e a abrangência geográfica do horário de verão eram definidas anualmente por decreto da Presidência da República. É designado pela sigla BRST (Brazilian Summer Time). A decisão de usar ao horário é de cada estado e, no último ano, a Bahia resolveu aderir. A inclusão foi reivindicada pelos empresários daquele estado, que queriam sincronia com os expedientes bancário e comercial do Sul e Sudeste.
› FONTE: Governo do Estado de SC