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Marina anuncia apoio a Aécio no segundo turno

Publicado em 13/10/2014 Editoria: Eleições Comente!


foto: Uma semana após o primeiro turno, Marina Silva decidiu apoiar Aécio Neves - Orlando Brito

foto: Uma semana após o primeiro turno, Marina Silva decidiu apoiar Aécio Neves - Orlando Brito

Pessebista comparou documento lançado por Aécio com a carta aos brasileiros de Lula em 2002. Para ela, que negou “acordo para governar”, momento “é bom” para alternância de poder.

Terceira colocada no primeiro turno com 22,1 milhões de votos, Marina Silva (PSB) decidiu apoiar Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da eleição presidencial. O anúncio, feito neste domingo em São Paulo, era esperado para a última quinta-feira (8), ocorrendo no dia seguinte do tucano se comprometer com parte do programa de governo da pessebista.

“Votarei em Aécio e o apoiarei, votando nesses compromissos, dando um crédito de confiança à sinceridade de propósitos do candidato e de seu partido e, principalmente, entregando à sociedade brasileira a tarefa de exigir que sejam cumpridos”, disse Marina na carta que explica sua decisão. Para ela, o tucano “interpretou corretamente” o que acontece no Brasil.

Marina disse que ainda não conversou com Aécio após o primeiro turno e que não discutiu com o PSB e com o PSDB se participará da propaganda política do tucano. “Temos um momento que a alternância de poder fará bem ao Brasil”, comentou. No evento da manhã de hoje, a candidata derrotada estava acompanhada de seu vice na campanha, Beto Albuquerque (PSB-RS), e de integrantes da Rede Sustentabilidade.

No pronunciamento, de quase 30 minutos, Marina rejeitou a possibilidade de seu apoio estar condicionado a um “acordo ou aliança para governar”. “O que me move é minha consciência e assumo a responsabilidade pelas minhas escolhas”, explicou. Pela carta divulgada, a pessebista coloca como principal motivo a adesão de Aécio a algumas bandeiras da sua campanha.

Ontem, ao receber o apoio da viúva, Renata, e dos filhos de Eduardo Campos, o tucano anunciou que se comprometeria com o fim da reeleição, com a transformação do programa Bolsa Família em programa de Estado e com a manutenção da demarcação de terras indígenas sob responsabilidade do Executivo. Ele, porém, não mudou sua posição de redução da maioridade penal para crimes hediondos.

Durante sua manifestação, Marina comparou o documento de Aécio divulgado no Recife à Carta Aberta ao Povo Brasileiro, lançada pelo então candidato à presidência Lula em 2002. Na época, o PT se comprometeu a manter os parâmetros da economia definidos pelos oito anos de governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. A principal parte, que ajudou a acalmar os mercados, tratava do respeito aos contratos assinados pelo Brasil com bancos e com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Ao final da presidência de Fernando Henrique Cardoso, a sociedade brasileira demonstrou que queria a alternância de poder, mas não a perda da estabilidade econômica. E isso foi inequivocamente acatado pelo então candidato da oposição, Lula, num reconhecimento do mérito de seu antecessor e de que precisaria dessas conquistas para levar adiante o seu projeto de governo.”

Críticas

Antes da leitura da carta, Marina rebateu algumas críticas ao tempo que levou para anunciar sua decisão. “Uma semana não é um longo tempo para um processo de decisão significativa”, afirmou, acrescentando que o anúncio ocorreu após ouvir diversas pessoas, incluindo o e os partidos da coligação derrotada terem se manifestado.

A carta também serviu para criticar indiretamente a presidenta Dilma Rousseff e o PT pela campanha durante o primeiro turno. Marina foi o principal alvo dos petistas, especialmente pelas mudanças de opinião em temas polêmicos. “Em curto espaço de tempo, e sofrendo os ataques destrutivos de uma política patrimonialista, atrasada e movida por projetos de poder pelo poder, mantivemos nosso rumo, amadurecemos, fizemos a nova política na prática.”

 

› FONTE: Congresso em foco

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