A partir de novembro, a vacina adsorvida de difteria, tétano e coqueluche (dTpa) estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para gestantes. O objetivo da Secretaria de Estado da Saúde (SES) é diminuir a incidência e as mortes por coqueluche nos recém-nascidos e em crianças menores de seis anos.
De 2007 a 2013, foram registrados 862 casos da doença em Santa Catarina, sendo 455 em menores de um ano. Também foram notificadas 11 mortes, 10 em menores de um ano.
“Aumentando a imunidade da mãe, aumentamos a imunidade de recém-nascidos e menores de um ano contra a coqueluche. A transferência dos anticorpos ocorre através da placenta, da mãe para o feto”, explica a gerente de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis e Imunização, Vanessa Vieira da Silva. Assim, os recém-nascidos ficam protegidos nos primeiros meses de vida até completarem o esquema vacinal contra a coqueluche.
Podem se vacinar as gestantes entre a 27a e a 36a semana de gestação, até 20 dias antes da data provável do parto. “A vacina é feita a partir do terceiro trimestre de gestação porque há maior concentração de anticorpos que serão transferidos ao feto. A vacina deve ser administrada a cada gestação, pois os anticorpos duram por pouco tempo no organismo”, alerta a gerente. A vacina adsorvida é um complemento à vacina dupla adulto, que se constitui no reforço contra tétano e difteria.
Para tratar do assunto, a Superintendência de Vigilância em Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), realizou na última segunda-feira, 6, uma videoconferência com as Gerências Regionais de Saúde sobre a implantação da vacina tríplice acelular no SUS. Estima-se que 88 mil gestantes serão imunizadas em 2014 no Estado.
Vacinação de profissionais de saúde
Profissionais da saúde que trabalham em maternidades e Unidades de Internação Neonatal (UTI) também devem tomar a vacina adsorvida de difteria, tétano e coqueluche (dTpa), pois o contato com adultos é uma das fontes de transmissão mais frequentes em crianças.
A vacinação será feita nas unidades básicas de saúde, devendo o profissional levar uma declaração onde trabalha com a lotação em maternidade ou UTI neonatal.
Contraindicações
- Pessoas que tiveram reação alérgica ou sequelas neurológicas após tomarem a vacina dupla adulto ou a vacina adsorvida de difteria, tétano e coqueluche.
- Hipersensibilidade ao princípio ativo da vacina ou qualquer outro componente.
- Pessoas com trombocitopenia ou algum problema de coagulação devem fazer uma avaliação médica antes de tomarem a vacina.
Coqueluche
A coqueluche é uma doença infecciosa causada pelas bactérias Bordetella pertussis e B. parapertussis que atinge o sistema respiratório.
Os sintomas iniciais são febre, mal-estar e tosse seca, que evoluem para uma tosse persistente. A transmissão ocorre pelo contato direto da pessoa doente com uma pessoa não vacinada, através de gotículas de saliva expelidas por tosse, espirro ou ao falar, e também através do contato com objetos contaminados.
Vacinas contra coqueluche
- Vacina Pentavalente (vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae b (conjugada)): aplicada aos dois, quatro e seis meses de idade.
- Vacina DTP (difteria, tétano e pertussis): aplicada aos 15 meses e aos quatro anos de idade.
- Vacina dupla tipo adulto: a partir dos 7 anos de idade.
Aumento de casos
Nos últimos três anos tem-se observado no Brasil e no mundo um aumento de casos de coqueluche, que pode ocorrer em indivíduos de qualquer faixa etária, sendo que os lactentes menores de seis meses constituem o grupo mais propenso a apresentar formas graves da doença, muitas vezes levando ao óbito.
Estima-se que anualmente ocorram 50 milhões de casos de coqueluche no mundo, com aproximadamente 300 mil mortes, sendo a maioria delas em países em desenvolvimento, ocorrendo em grande parte em lactentes não vacinados ou com esquema incompleto de vacinação.
› FONTE: Governo do Estado de SC