Maior peso do refluxo de eleitores para Aécio Neves pode configurar uma reação de regiões mais ricas do país à recente ascensão de Dilma, pondera Mauro Paulino, diretor do Datafolha.
Os novos resultados da pesquisa divulgada ontem (30) aumentaram as chances de um segundo turno para a eleição presidencial.
É o que considera o diretor-geral do instituto, Mauro Paulino. “A manutenção das tendências das curvas de Marina e Aécio e o patamar alcançado por Dilma reforça duas percepções – aumenta a probabilidade da ocorrência de segundo turno e projeta-se uma possível disputa acirrada entre os candidatos da oposição por uma vaga na final contra a presidente”, destaca o diretor em seu artigo publicado nesta quarta-feira (01) pela Folha de S. Paulo.
De acordo com Mauro Paulino, pesquisas anteriores poderiam sugerir uma vitória de Dilma em primeiro turno, dada a intensidade do seu crescimento. “Com os resultados de hoje, essa chance diminui”, entende o diretor. Segundo ele, após os números divulgados na noite desta terça-feira, o maior peso do refluxo de eleitores de Marina para Aécio Neves pode configurar uma reação de regiões mais ricas, Sul e Sudeste, à recente ascensão de Dilma.
A desconstrução de Marina, diz ele, enfraqueceu o discurso da “nova política” e, em alguns estados de tradição antipetista, foi o suficiente para parte do eleitorado resgatar o PSDB como principal adversário de Dilma. Leia aqui a íntegra do artigo publicado pelo diretor geral do Datafolha.
A imprevisibilidade da sucessão presidencial, observou, decorre de alguns indicadores colhidos pelo instituto nas ruas: nunca tantos brasileiros (67%) disseram não ter preferência partidária; jamais o percentual de indecisos (27%) foi tão grande em um começo de campanha, nunca um candidato partiu em busca da reeleição presidencial com popularidade tão baixa (32%); jamais tantos entrevistados (74%) manifestaram desejo por mudança.
› FONTE: Congresso em foco