foto: O livro pode ser encomendado no Gafad, na Editora Palavracom ou nas livrarias da região - Daniel Pereira
O Gafad está em campanha na Prefeitura até o mês de novembro.
"O que me alimenta nisso tudo é a esperança, mas quero que todos saibam que desaparecimento é algo real, podendo acontecer com você, como aconteceu comigo".
Foi com esse pensamento que Elodi Matilde Alves se determinou a procurar seu enteado Everton Cruz, desaparecido em 2011. Unida a outras três mães, o movimento ganhou forma e deu origem ao Gafad (Grupo de Apoio aos Familiares de Desaparecidos), que atua com o apoio da Polícia Militar de Santa Catarina (Coordenadoria de pessoas desaparecidas - SOS Desaparecidos) e Assembléia Legislativa.
Sensibilizada, a prefeita Adeliana Dalpont abraçou a causa, transformando São José no primeiro município de Santa Catarina a apoiar o Gafad.
"A Prefeitura de São José se torna parceira desse projeto porque é de fundamental importância ajudar a cuidar dos cidadãos. É uma das prioridades da nossa administração estar ao lado daqueles que mais precisam, nesse caso as famílias que perderam do seu convívio alguém querido. Quando eu soube desse trabalho, imediatamente convoquei a Assistência Social para participar", destacou a prefeita.
Pelo menos até o mês de novembro, o Gafad estará presente diariamente no hall da prefeitura, promovendo suas ações e coletando assinaturas para encaminhamento do Projeto de Lei de iniciativa popular pleiteando mudanças na legislação em favor da pessoa desaparecida no Brasil. O documento necessita de 1.406.464 assinaturas e também pode ser acessado via internet.
O Gafad visa acolher, amparar e dar encaminhamento ao atendimento social, jurídico e psicológico aos familiares de desaparecidos; esse último, em conjunto com a Ong Criação.
Os voluntários do grupo também fazem a reintegração social quando a pessoa é encontrada. Por meio do grupo, Elodi tem feito contato com prefeituras da região, sem sucesso. Ela disse ter certeza que em São José seria diferente. "Mulher é poderosa e procurei a prefeita Adeliana por ter a certeza que sendo mulher, ela jamais se recusaria a ajudar", frisou.
A voluntária Maria Helena Acosta destacou o significado da entidade para as famílias. Segundo ela, há viagens para todo o estado divulgando o trabalho, buscando assinaturas e pedindo engajamento da imprensa e autoridades, alem de alertar as famílias.
A receita do Gafad vem de ações entre amigos e doações. Uma delas é a renda das vendas do livro "Mortos sem sepultura – O desaparecimento de pessoas e seus desdobramentos", de autoria do coordenador do programa SOS Desaparecidos, da PMSC, major Marcus Roberto Claudino.
"O livro foi escrito depois que o major conheceu o drama das famílias envolvidas. Essa pessoa hoje é o braço direito do nosso grupo e da realidade dos envolvidos. Podemos contar com ele a todo o momento", ressaltou a presidente do Gafad, Aldaléia Conceição.
Contato com o Gafad pode ser feito pelo telefone (48) 3229-6715 e (48) 9156-8264. Para participar do abaixo-assinado via internet, basta acessar o site www.abaixoassinadobrasil.com.br. Já o livro "Mortos sem sepultura – O desaparecimento de pessoas e seus desdobramentos" pode ser encomendado no Gafad, na Editora Palavracom ou nas livrarias da região.
› FONTE: Prefeitura de São José