foto: Stfany Krebs (esq) veio de Erechim (RS) para fazer parte da equipe de São José e hoje é um dos destaques do time - Daniel Pereira
Foi o sonho de jogar em um time de futsal que fez a jovem Stfany Krebs, de 16 anos, convencer os pais a deixarem sair de casa, em Erechim (RS), para vir treinar em São José.
Isso ocorreu em fevereiro deste ano, quando pela primeira vez a Fundação Municipal de Esporte e Lazer realizou uma "peneira" para selecionar jogadoras e montar um time de futsal feminino.
Em sete meses de treinamento, a equipe já conquistou resultados positivos, como o primeiro lugar na etapa regional dos Jogos da Juventude Catarinense (Olesc), e agora se prepara para disputar a fase estadual, que ocorre de 20 a 27 de setembro, em Criciúma (SC).
A superintendente da Fundação Municipal de Esporte e Lazer, Andréa Grando, conta que não existia um trabalho específico para o futsal feminino no município e que, em 2013, foi montado o primeiro time adulto com base em uma equipe que treinava futebol sete.
"Criamos a base para um time feminino e, no início deste ano, realizamos uma peneira para selecionar atletas, já que o foco era o esporte de rendimento", explica Andréa.
Foi justamente esta notícia que chamou a atenção de Stfany Krebs no site da Fundação Municipal de Esporte e Lazer. "Ela viu uma chamada para a peneira e sua mãe acabou ligando para perguntar se ela poderia vir participar do teste", lembra a superintendente. Moradora de Erechim, Stfany, que é deficiente auditiva, integra a seleção brasileira de surdos que venceu o Campeonato Sul-Americano, disputado no Chile no ano passado.
Como ela não recebia apoio para continuar treinando em sua cidade, viu no projeto lançado em São José uma oportunidade. "Eu gosto muito da cidade e do time, porque aqui não encontro discriminação dos colegas e posso me dedicar ao esporte", considera. Stfany, que em São José treina no time regular, sente que, apesar da limitação, as outras jogadoras e a equipe técnica confiam bastante nela.
"Isso me incentiva para vencer os obstáculos que encontro. Quero mostrar que para ser bom no esporte, tanto faz ter ou não uma deficiência", explica.
Com o time montado, os treinamentos foram iniciados em março e ocorrem sempre três vezes por semana, no ginásio de Campinas. Atualmente são 45 jogadoras, divididas em três categorias: sub-16, sub-18 e adulto.
O técnico do time, Emerson Prado, explica que, apesar das equipes já estarem fechadas e trabalhando com foco nas competições, é possível receber novas integrantes. As interessadas devem procurar a Fundação de Esporte para marcar um teste preliminar e demonstrar um desenvolvimento mínimo no esporte.
O time de futsal feminino é resultado da nova política de incentivo ao esporte implantada em São José. Deste processo fazem parte os convênios para manutenção das escolinhas (de modalidades como vôlei, ginástica rítmica, atletismo, judô e basquete), de apoio ao esporte de rendimento e iniciativas como o Bolsa Atleta.
"Estamos fazendo um investimento na base e os resultados começam a aparecer", assinala Andréa. Segundo ela, a ideia é ampliar o projeto envolvendo o futsal feminino, a partir do próximo ano, com a instalação de uma escolinha voltada para crianças.
Olesc
Essa é a primeira vez que São José participará da fase estadual do Olesc com oito modalidades coletivas, além das individuais. A cidade será representada por uma delegação 180 pessoas na competição realizada de 20 a 27 de setembro, em Criciúma.
"Graças ao bom trabalho da Fundação, estamos conseguindo avançar com a representação de São José nas competições dentro e fora do Estado", reforça o técnico Emerson Prado.
Uma das esperanças de medalha é o time de futsal feminino, campeão da etapa regional. A missão é difícil, já que as meninas vão enfrentar outras 15 equipes, algumas delas com maior experiência em competições.
"Elas pegaram uma chave difícil e formam uma equipe jovem, que não teve ainda muitas oportunidades de jogo, mas elas mostraram força na regional e acreditamos que têm potencial para estar entre as três melhores equipes do estado", avalia Andréa Grando.
› FONTE: Prefeitura de São José
