foto: Estudantes trabalham desde maio na montagem dos carros para a disputa da Fórmula SAE - Solon Soares/Agência AL
Alunos dos cursos de engenharias da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) participam em outubro de mais uma edição da Fórmula SAE Brasil, uma competição entre projetos de engenharia automotiva desenvolvidos por universitários de todo o país.
Essa é a quarta vez que a equipe composta por aproximadamente 30 acadêmicos, denominada Fórmula UFSC, participa do evento, realizado em Piracicaba, no interior de São Paulo.
Para participar da competição, os alunos projetam e constroem um carro do tipo monoposto (semelhante aos carros da Fórmula-1).
Segundo o professor Rodrigo de Souza Vieira, orientador do grupo, os trabalhos foram iniciados em dezembro, com a elaboração do projeto de dois carros: um com motor a combustão e outro com motor elétrico. Em maio, os estudantes iniciaram a montagem dos veículos, que já está na fase final. Até o fim de setembro, os carros serão testados em um circuito localizado no Norte de Florianópolis.
Os alunos fabricam a maior parte dos componentes dos carros. Os chassis, por exemplo, são feitos de aço. A carenagem é produzida em fibra de vidro. O grupo recebe o apoio de alguns patrocinadores e da própria UFSC.
O professor Rodrigo Vieira calcula que cada carro represente um investimento entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Para ele, além de projetar o nome da universidade, a participação na Fórmula SAE é importante para o aprendizado dos alunos.
“Eles praticam a engenharia ainda quando estão na faculdade, vendo na prática o que é apreendido em sala de aula. Aplicam basicamente tudo que é voltado para a engenharia mecânica, como dinâmica dos corpos, análise de cinemática, além de praticarem também a gestão do projeto”, comenta.
A competição
A etapa 2014 da Fórmula SAE será disputada entre 17 e 19 de outubro, em um circuito de testes em Piracicaba. São aproximadamente 30 equipes, reunindo 600 acadêmicos de todo o país. A competição é dividida em várias provas. Primeiramente, ocorre a análise do projeto, no qual são avaliados os custos, a inovação tecnológica apresentada, entre outros quesitos.
Antes de irem para a pista, os carros passam por inspeção técnica na qual são vistoriados itens de segurança e a conformidade com o regulamento na competição. Há provas de aceleração, estabilidade e frenagem. No último dia, ocorre a prova mais difícil: os carros participam de um enduro de resistência de 22 quilômetros em uma pista travada.
Diferentemente das categorias convencionais do automobilismo, a velocidade final não é o mais importante na Fórmula SAE. Os organizadores limitam a potência dos motores e os carros não passam dos 60 km/h.
O estudante da 5ª fase da Engenharia Mecânica Carlos Guimarães é o capitão da equipe responsável pelo carro com motor a combustão. Para ele, a participação na Fórmula SAE permite aos alunos enfrentar já na universidade desafios comuns ao profissional que está no mercado de trabalho.
“É a chance que o estudante tem de colocar no dia a dia os conhecimentos adquiridos em sala de aula”, afirma Carlos. “Para nós que ainda não temos experiência, o mais difícil é conseguir transformar o projeto em algo concreto, na hora de construir o carro”.
Recém-formado no curso de Engenharia Mecânica, Diogo Ikeda será um dos pilotos. Há cinco anos, ele corre de kart para aprimorar a técnica na hora de guiar o carro da Fórmula UFSC. “Diferentemente da Fórmula-1, onde o piloto é o principal, na Fórmula SAE, o principal são os estudantes que constroem o projeto”, reconhece.
Será a terceira vez que Diogo participa da competição. Segundo ele, a meta da Fórmula UFSC para 2014 é ficar entre os três primeiros e participar da etapa mundial, que ocorre nos EUA. “Este ano estamos com um motor de 600 cilindradas, com um projeto de suspensão muito bom e melhoramos a direção do carro, que era muito pesada. Será o melhor campeonato que a gente já fez”, promete.
› FONTE: ALESC