foto: O projeto de requalificação da Rua Koesa foi apresentado e discutido na audiência pública - Daniel Pereira
Moradores, empresários e autoridades participaram da audiência pública realizada na noite desta quarta-feira (03).
Na noite desta quarta-feira (3), moradores e comerciantes do Kobrasol marcaram presença na audiência pública realizada para debater o projeto de requalificação da Rua Koesa. A proposta, que está sendo desenvolvida pela Secretaria de Segurança, Defesa Social e Trânsito de São José, tem como objetivo valorizar a vocação gastronômica da via, além de aumentar as áreas verdes e de convívio para a comunidade.
Durante a audiência, cada detalhe do projeto foi apresentado e debatido. Algumas sugestões, inclusive, já foram incluídas ao documento. Como é o caso da necessidade, de alguns comerciantes, de terem áreas de embarque e desembarque em frente ao seu estabelecimento. Também está em discussão a regulamentação do serviço de carga e descarga para os fornecedores e da faixa de serviço.
"Não queremos impor uma mudança, apesar da gestão da via pública ser competência do Município. Estamos ouvindo a população e faremos tantas reuniões, contatos e visitas forem necessários para isso", destacou a arquiteta Ana Paula Lemos Souza, que junto com uma equipe é responsável pela consolidação da proposta.
O ponto mais preocupante e de maior divergência é com relação as 93 vagas de estacionamento regular da região. Ana Paula apresentou um estudo, elaborado recentemente, para comprovar que não há viabilidade técnica para manter as vagas, pensando em um projeto que privilegie as pessoas e, acima de tudo, atenda as legislações sobre mobilidade e acessibilidade.
"Acreditamos que com a implantação da Zona Azul no município haverá uma rotatividade maior dos veículos que ficam parados na região", assinalou a secretária de Segurança, Defesa Social e Trânsito, Andréa Pacheco. Ela mostrou que o projeto prevê a preservação de espaços de estacionamento nas duas primeiras quadras da rua, privilegiando deficientes físicos e idosos. "A permanência do pedestre na Koesa é que vai trazer um bom retorno para o bairro", defendeu Andréa.
A região cresceu muito nos últimos anos e as construções, antes usadas como residências, foram adaptadas para o comércio. O resultado é que, hoje, a Rua Koesa enfrenta uma ação demolitória, proposta pelo Ministério Público de Santa Catarina, principalmente em função do avanço de algumas construções sobre o passeio público.
"O Município está sendo pressionado a regularizar a situação e repensar os espaços que estão sendo usados indevidamente", afirmou a secretária, ao considerar que da forma como está atualmente é "impossível duas pessoas caminharem lado a lado na calçada, passarem com um carrinho de bebê ou cadeira de rodas".
Para o diretor do colégio Dom Jaime Câmara, Hélio Coelho, o prejuízo da ação demolitória será maior, para todos, do que a construção de uma nova rua.
"A ação existe e é muito certa em acontecer", reforçou. Para colaborar com o projeto, a direção da escola já estuda a possibilidade de, no próximo ano, transferir a entrada principal para a rua lateral, diminuindo o movimento de pais e alunos pela Rua Koesa.
Neste sentido, o diretor técnico da RDO Empreendimentos, Roberto Deschamps, chamou a atenção para a forma aberta que a Prefeitura está conduzindo o processo. "Sabemos que mexer em uma área consolidada é complexo", pontuou.
Mobilidade
A avaliação do teste mobilidade, realizado na Rua Koesa, no dia 20 de agosto, foi positiva. "O trânsito fluiu normalmente, pois não tínhamos carros entrando e saindo de vagas. O que congestiona bastante a via", avaliou a arquiteta Ana Paula. Porém, o teste mostrou que o trajeto das linhas de ônibus, que hoje passam pela rua, precisará ser desviado e alterado, para facilitar o transporte coletivo.
Na audiência, também foram apresentados dados estatísticos da consulta pública que foi aberta no site da prefeitura até o dia dois de setembro. De acordo com a 527 respostas computadas, 56% das pessoas utilizam a rua para alimentação, 37% para entretenimento e outros 33% para comércio e serviços.
Apesar de 75% das pessoas que responderam o questionário utilizarem o carro para acessar a rua, 35% delas estão muito satisfeitas com as mudanças, 19% satisfeitas e 29% insatisfeitas. "Sabemos que amostra é pequena, se comparamos com o tamanho da população, mas queremos dar um retorno dos dados que recebemos", ponderou a arquiteta.
A secretária explicou que para ser efetivado, o projeto final precisa ser apreciado pela Câmara Municipal. "Nossa intenção é mandar a proposta para o Legislativo ainda este ano, para incluir no orçamento de 2015", afirmou. Para Andréa, será indispensável também buscar recursos e parcerias para executar as obras.
Presente na audiência, o presidente da Câmara de Vereadores de São José, vereador Sanderson de Jesus, sugeriu que os comerciantes sejam consultados pontualmente para que os pontos mais complicados sejam ajustados, de acordo com a comunidade. O vereador Adriano de Brito também defendeu que a comunidade do bairro Kobrasol seja ouvida e participe como protagonista dessas mudanças.
O próximo passo será notificar todos os comerciantes da Koesa, na próxima semana, para se pronunciarem oficialmente com relação ao projeto. Só depois será marcada uma nova audiência pública para discutir novamente e adequar o que for necessário. "Queremos dialogar para construir um plano que contemporiza a todos e, principalmente, a população residente", garantiu Andréa Pacheco.
› FONTE: Prefeitura de São José