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Enquanto o número de eleitores com menos de 18 anos diminuiu, a quantidade de idosos aptos a votarem cresceu para as eleições deste ano no comparativo com a eleição de 2010. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a participação dos jovens com 16 anos no eleitorado caiu de 0,66% para 0,34%. Já entre os eleitores com mais de 60 anos, essa participação passou de 15,29% para 17,01%.
Em Santa Catarina, a situação não é diferente. Em 2010, conforme dados o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC), as pessoas com mais de 60 anos eram 14,3% do eleitorado catarinense. Neste ano, essa porcentagem passou para 16,5%. Em números absolutos, eram 648.849 eleitores idosos na última eleição geral. Em 2014, são 805.453, um acréscimo superior a 24%.
O presidente do TSE, ministro Dias Tofolli, atribuiu esse aumento principalmente ao envelhecimento da população. “Há um aumento da faixa etária geral da população brasileira e os dados do IBGE, que também fizemos consulta, indicam isso. Uma baixa do crescimento da natalidade e a perspectiva, em consulta que formulamos, é que a cada eleição diminuirá o número de eleitores em faixas etárias mais baixas, relativamente as mais altas”, afirmou.
Voto facultativo
Para os eleitores que têm mais de 70 anos, assim como aqueles que têm menos de 18 anos, o voto não é obrigatório, ou seja, no caso de ausência no dia da eleição, não é necessário justificar perante à Justiça Eleitoral. No entanto, o fato da participação ser facultativa não impede muitos deles irem às urnas.
No Grupo de Idosos da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Palhoça, na Grande Florianópolis, as eleições são um dos vários assuntos das conversas das tardes de quinta-feira. Semanalmente, até 30 pessoas participam das reuniões, em meio a suco, pipoca, salgados, bingo, entre outros atrativos.
“A fofoca vai longe aqui”, conta a coordenadora do grupo, Terezinha Maria Machado, 71 anos. Mesmo estando entre o grupo de eleitores que não são obrigados a votar, ela fará questão de comparecer às urnas no dia 5 de outubro. “É um direito do cidadão”, resume.
Terezinha, a exemplo de muitos outros eleitores, fica na bronca com aqueles políticos que só aparecem na época da campanha. “O povo fica na dúvida muitas vezes em quem votar por causa disso”. Mesmo assim, ela não concorda com votar em branco ou nulo. “Não acho justo isso. Tem que votar. Pra que votar em branco? Então nem vai votar”.
O gaúcho Junior Batista de Souza tem 76 anos e vota desde os 18. Em 2014, será a primeira vez que deixará de comparecer às urnas. Recém-chegado de Palma Sola, onde morou por mais de 30 anos, não transferiu o título a tempo de votar em Palhoça. Apesar da ausência, reconhece a importância do voto.
“A gente só pede que eles [candidatos] façam um bom trabalho, é o que a gente espera que eles façam, que é o dever deles, pois serão eleitos pra isso”, afirma Junior. Para ele, tão ruim quanto o mau político é o eleitor que não honra seu voto. “Não concordo com esse negócio do eleitor chegar e pedir dinheiro para o candidato. O candidato acaba não tendo compromisso com o eleitor. A pessoa tem que ser sincera e honesta na hora de votar”.
Inez Maria Salazário completou 70 anos e também não precisa mais votar. Mas ela pretende seguir o exemplo da mãe, que até os 90 anos fazia questão de participar do processo eleitoral. “A gente tem que colocar alguém que possa governar de forma justa”, diz. “Precisamos melhorar muito, principalmente a segurança. ‘Tá’ demais, é muita morte, muito roubo”, protesta.
› FONTE: ALESC
