foto: Eduardo: "O que foi prometido, de que o Brasil iria corrigir os erros e aprofundar as mudanças, não aconteceu"
Candidato do PSB defende fim dos cargos vitalícios na Justiça e diz que Dilma fez “o único governo que vai entregar o Brasil pior do que recebeu”.
Em entrevista ao Jornal Nacional nesta terça-feira (12), o candidato a presidente do PSB, Eduardo Campos, negou ter dado mau exemplo ao se empenhar pela eleição de sua mãe, a ex-deputada federal Ana Arraes, para o cargo de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU). O presidenciável também defendeu uma reforma constitucional que ponha fim aos cargos vitalícios no Judiciário e nos tribunais de contas.
Questionado pelos apresentadores William Bonner e Patrícia Poeta, Eduardo disse que a escolha de sua mãe para a corte de contas foi uma decisão do Congresso Nacional, da qual ele não participou diretamente. “Se a nomeação fosse minha, seria nepotismo. Eu fui o primeiro governador a fazer a lei antinepotismo no estado de Pernambuco. Ela era funcionária pública de carreira, foi eleita deputada federal por duas vezes, ganhou no voto e foi ser ministra”, disse.
Ele acrescentou que apoiaria qualquer um dos seus correligionários para o cargo. “Por que eu não apoiaria ela? Eu nem votei porque eu não era deputado; eu torci para que ela ganhasse”, afirmou. Eduardo Campos negou também que tivesse qualquer influência sobre a indicação de parentes de sua esposa, Renata Campos, e até de primos seus para o Tribunal de Contas de Pernambuco e aproveitou o tema para defender a extinção de cargos vitalícios.
“Eu acho que o Brasil deve fazer uma reforma constitucional para acabar com esses cargos vitalícios que ainda existem na Justiça. É preciso ter também os mandatos no Poder Judiciário, de maneira a oxigenar os tribunais”, reforçou.
Semelhante ao que aconteceu na véspera com o adversário Aécio Neves, o candidato do PSB foi questionado sobre a eventual adoção de medidas impopulares no caso de ser eleito. Ele confirmou que pretende conciliar promessas com impacto nas despesas públicas – como passe livre estudantil, escola em tempo integral e aumento dos gastos com segurança em dez vezes – e a redução da inflação. “A inflação não pode ser combatida só com taxa de juros. Quem está nos assistindo está percebendo que o salário não dá para o mês inteiro”, destacou, completando que a redução de meio ponto percentual da taxa básica de juros seria suficiente para arcar com o passe livre durante um ano.
A bancada do Jornal Nacional questionou o candidato sobre suas diferenças com a sua candidata a vice e principal cabo eleitoral, Marina Silva, que Bonner apresentou como inimiga do agronegócio. “Marina não tem nada contra agronegócio, indústria ou desenvolvimento econômico. O que Marina defende, e eu defendo também, é que nós precisamos ter desenvolvimento com respeito ao meio ambiente e com inclusão”, rebateu Eduardo. “Nós temos uma aliança que não é feita em cima da minha opinião ou da opinião de Marina, mas em cima de um programa”, complementou.
Por fim, sobre a decisão do seu partido de deixar a base governista após mais de dez anos de parceria com o PT da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, argumentou: “Você não está condenado a apoiar quando você já não acredita. Nós já vínhamos num processo claro de afastamento do governo porque esse é o único governo que vai entregar o Brasil pior do que recebeu. O que foi prometido, de que o Brasil iria corrigir os erros e aprofundar as mudanças, não aconteceu. Um governo que valorizou a velha política e deixou a inflação voltar”, finalizou.
› FONTE: Congresso em foco