Carga tributária, custos trabalhistas, infraestrutura deficiente, burocracia. Os empecilhos ao crescimento econômico estão a vista de todos. Mas em qual medida eles dificultam a atividade das indústrias? Quais são, pontualmente, as medidas que podem ser adotadas pelo governo para favorecer o crescimento econômico?
Estas foram as questões que deram início à Carta da Indústria, elaborada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) e que será debatida com os candidatos ao governo do Estado nesta sexta-feira (8).
"As oportunidades devem ser aproveitadas e os desafios superados por meio da cooperação. É preciso integrar as agendas para termos uma indústria mais competitiva e um Estado mais desenvolvido", afirmou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, durante o lançamento da carta.
Segundo o documento, a lista dos principais entraves ao crescimento econômico do Estado contém, nas primeiras posições, a lentidão na análise de processos pelo serviço público. Outros 11 tópicos aparecem como fatores que desestimulam o crescimento das indústrias de Santa Catarina. Todas as questões foram divididas em temas como relações trabalhistas, educação e inovação. O detalhamento destes assuntos levou a 126 sugestões de ações pontuais para os próximos governantes, nas esferas estadual e federal.
Entre estas iniciativas exigidas para o aumento da competitividade estão o investimento na educação profissional, a padronização de diretrizes e condutas pelas agências de controle ambiental, a promoção da gestão privada de portos e aeroportos, o estímulo às Parcerias Público Privadas (PPPs) para obras de infraestrutura e o condicionamento da concessão do seguro-desemprego à requalificação.
Para a elaboração do documento, a FIESC realizou pesquisa com 360 industriais de todas as regiões de Santa Catarina. A amostra foi composta por representantes de indústrias de grande (8%), médio (41%) e pequeno (47%) portes. Também participaram microempresários (4%). As questões transversais apontadas por este levantamento foram enriquecidas pelo conhecimento gerado no Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC 2022), no Fórum Estratégico Superior da FIESC e em reuniões com empresários e sindicatos.
Já as demandas específicas de cada região catarinense, ligadas a problemas de infraestrutura e logística, foram agrupadas em mesorregiões. São 60 gargalos apontados por quem vive a realidade em suas cidades. Além dos já conhecidos problemas nas BRs 101, 116, 282 e 470, aparecem reinvindicações como a melhoria dos aeroportos regionais e ferrovias.
Além dos candidatos ao governo do Estado, receberão a Carta da Indústria os postulantes à presidência da república e aos cargos legislativos estadual e federal que concorrem por Santa Catarina.
› FONTE: FIESC