Presidente da Federação (centro) aponta para a necessidade de que as ações governamentais acompanhem a aceleração do ritmo industrial. Foto: Heraldo Carnieri
A indústria catarinense prevê encerrar o ano de 2014 com investimento de R$ 2,48 bilhões, valor 27% maior do que o registrado em 2013. Este dado integra a pesquisa Desempenho e Perspectivas da Indústria Catarinense 2014, divulgada pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) nesta quarta-feira (9). Deste total, 69% serão destinados a unidades em SC, 17% irão para filiais pelo Brasil e 14% serão aplicados no exterior.
Segundo a pesquisa, os setores que têm os maiores orçamentos para investimento neste ano são os de máquinas e materiais elétricos (R$ 667,92 milhões), produtos alimentícios (R$ 591,42 milhões) e metalurgia básica (R$ 296,95 milhões).
No triênio 2014-2016, a previsão é que os investimentos da indústria catarinense cheguem a R$ 3,83 bilhões, gerando 16 mil novos empregos. Destes, 12 mil devem ser criados no Estado. O maior volume de novas vagas está previsto para os setores de máquinas e materiais elétricos e alimentos.
"A manutenção dos investimentos, apesar da atual conjuntura, mostra que o industrial de Santa Catarina acredita na recuperação da economia. Isso é importante porque os investimentos são fundamentais para que tenhamos condições de crescer no médio e longo prazos", afirma o presidente da FIESC, Glauco José Côrte.
Entre os fatores que estimulam o aumento dos investimentos, a pesquisa indica a elevação da demanda via ascensão social, os indícios de recuperação nos mercados europeu e americano, o câmbio favorável às exportações e os incentivos fiscais à inovação.
O presidente da Federação aponta para a necessidade de que as ações governamentais acompanhem a aceleração do ritmo industrial.
"Apesar dos números positivos do levantamento, para que os investimentos ganhem maior repercussão são necessárias ações estruturais. Redução da carga tributária, modernização da legislação trabalhista e melhoria da infraestrutura são exemplos. Esperamos que as eleições deste ano representem um primeiro passo para uma resposta positiva", defende Côrte. Neste sentido, ele lembra que no próximo mês a FIESC vai lançar a Carta da Indústria, com propostas do setor aos candidatos que disputarão o pleito deste ano, a partir de ampla consulta ao setor.
Outros indicadores
Além de dados sobre investimentos, o documento analisa o desempenho industrial e da economia de Santa Catarina, do Brasil e do mundo desde 2012, e faz previsões para 2014 e 2015.
Em 2013, os setores industriais que mais avançaram foram os de metalurgia (20,6%), madeira (6,2%) e vestuário (5,2%). Já os maiores recuos foram registrados nas indústrias têxtil (-5%), de minerais não metálicos (-3,8%) e de máquinas e materiais elétricos (-3%).
No comercio exterior, a publicação confirma o crescimento da China como o segundo maior destino dos produtos embarcados no Estado. O país asiático comprou 23% a mais em 2013, chegando a US$ 691,61 milhões. Principal mercado dos produtos catarinenses, os Estados Unidos tiveram, em relação a 2012, estabilidade nas compras em US$ 1,02 bilhão.
› FONTE: FIESC