O grupo “Teatro Sim... Por Que Não?” traz a peça “A farsa do advogado Pathelin” para uma breve temporada no Teatro da UFSC, nos dia 30 e 31 de agosto e 1º de setembro, às 20h. A peça é um dos mais antigos trabalhos do grupo, que desde 1996 viaja com o espetáculo pelo país. A apresentação faz parte do cronograma Projeto Cena Aberta, do Departamento Artístico Cultural da UFSC.
“A farsa do advogado Pathelin” é uma obra do gênero farsa, escrita por volta do ano de 1460. O texto, de autor desconhecido, propõe uma discussão sobre ética que continua atual. A peça é cômica, possui leveza do diálogo, habilidade de intriga, um salto das situações e celebra sem reservas o triunfo do dolo e da mentira.
O grupo “Teatro Sim... Por Que Não?” apresenta há 17 anos a peça com o mesmo elenco. Desde a estreia em maio de 1996 no Teatro da UFSC, foram mais de 500 apresentações nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Maranhão e Santa Catarina, passando por cerca de 80 cidades.
Ao longo desses anos, a peça participou de vários festivais nacionais e internacionais de teatro e recebeu nove prêmios. Com este espetáculo, a atriz Berna Sant’Anna ganhou o prêmio de melhor atriz do CONESUL e do Festival Isnard Azevedo de 1997. Berna Sant’Anna e Nazareno Pereira com suas interpretações também receberam o prêmio de melhor atriz e melhor ator Catarinense de 1997. No mesmo ano Júlio Maurício ganhou o prêmio de melhor diretor catarinense com o mesmo espetáculo.
Projeto Cena Aberta
Como nas três últimas décadas, o Teatro da UFSC, do Departamento Artístico Cultural (DAC), da Secretaria de Cultura (Secult), continua abrindo suas portas para as produções teatrais de Florianópolis e de Santa Catarina. O Projeto Cena Aberta vem reforçar o caráter de socialização do espaço do teatro com a classe artística da cidade, como vem promovendo nos últimos trinta e quatro anos, o intercâmbio artístico e cultural entre a universidade e a comunidade.
Com a seleção de dez grupos convidados, esse projeto visa estimular e incentivar a produção teatral e artística catarinense, como tornar a produção cultural local acessível à comunidade, com a cobrança de um valor de bilheteria simbólico.
Os grupos são selecionados por uma equipe de profissionais de teatro do Departamento Artístico Cultural. Os critérios de seleção dos grupos contemplam a sua trajetória na área da produção teatral, o caráter investigativo da pesquisa cênica e o reconhecimento de seus espetáculos pela comunidade e público em geral. A escolha dos grupos visa mostrar as diferentes formas da linguagem espetacular, como o circo, o drama, a performance, a comédia, o teatro de animação e outras. As apresentações acontecem ao longo deste ano.
O grupo
A Cia. “Teatro Sim... Por Que Não?”, de Florianópolis, ao longo de seus 27 anos de história ousou investir na experimentação e na pesquisa de diferentes linguagens, assim como buscou sempre a oportunidade de circular com seus espetáculos por todo o país. Construiu um repertório com montagens que buscam refletir sobre a atualidade e assim dialogar com a platéia.
O “Teatro Sim...Por Que Não?” procura manter um trabalho de aprimoramento de seus integrantes, por meio de oficinas, cursos e pesquisas. Na concepção do grupo, o ator nunca está pronto, está sempre em busca de novos conhecimentos. O produto “espetáculo” decorre de um processo cujo resultado precisa ser compartilhado.
Cada montagem teatral do grupo passeia por formas e linguagens diferentes, desde a farsa medieval (A Farsa do Advogado Pathelin), ao teatro de animação de bonecos, formas e sombras (Livres e Iguais e As Aventuras de Mestre Nasrudim), passando pelo teatro do absurdo (Paralelos) e o melodrama clássico do circo-teatro (...E o céu uniu dois corações). Já atuou em espaços não convencionais (Rei Frouxo, Rei Posto!), com o entrelaçamento de teatro performance e pantomima (O Pupilo quer ser Tutor) e a tragicomédia (A vida como ela é...).
A manutenção de espetáculos em repertório segue a tradição das grandes companhias de teatro e fortalece a concepção do grupo de manter um núcleo permanente de artistas atuando conjuntamente. O grupo busca fazer um teatro sem fronteiras etárias e culturais, possível de ser visto por pessoas de todas as idades, inspirando-se nas companhias medievais que, de povoado em povoado levavam o questionamento sobre o cotidiano e sobre a vida, com alegria e diversão.
Sinopse
O advogado sem causa Pathelin decide, para agradar sua mulher Guilhermina, trazer um corte de tecido grátis. Através de bajulações e promessas, engana um comerciante, porém seus planos fracassam quando, durante uma sessão no tribunal, reencontra o comerciante.
› FONTE: DAC: SECULT:UFSC