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Asfalto é uma das principais fontes de desconforto térmico

Publicado em 27/08/2013 Editoria: Meio Ambiente Comente!


foto: divulgação

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Adoção de medidas como outros tipos de pavimentação e arborização ajudariam a diminuir esse desconforto

A sensação de calor sentida nos dias mais quentes em diversas cidades brasileiras deve-se a um conjunto de fatores, como poluição, falta de áreas verdes e também pelo tipo de pavimentação predominante nas cidades brasileiras: o asfalto.

Segundo pesquisa realizada pelo Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz, Queiroz da Universidade de São Paulo), que estudou o papel do asfalto no desconforto térmico sentido pelos moradores da cidade de Piracicaba, interior de São Paulo, nos dias mais quentes, a pavimentação com asfalto corresponde à área mais baixa da cidade, justamente a responsável por transmitir o calor para todas as camadas de ar, o que causa o já mencionado desconforto térmico a toda a população.

O estudo foi baseado em fotos feitas com uma câmera termal em voos noturnos sobre a cidade, o que atestou que o asfalto pode “segurar” o calor até às 20h30. Os pesquisadores afirmam que essas fotos demonstraram que as ruas estão mais quentes no horário noturno que outras superfícies, como prédios, muros e telhados, que estão mais distantes das pessoas.

O que poderia combater o extremo calor nas cidades é adotar, em algumas áreas, a pavimentação com outros pisos, como os paralelepípedos ou os pisos intertravados, que não absorvem o calor e consequentemente não tornariam as noites tão quentes. “Esses pavimentos reduzem os impactos climáticos naturais, devido a sua alta capacidade de drenagem, que permite a infiltração da água da chuva, facilitando seu escoamento e evitando as enchentes nas grandes cidades, além é claro de contribuir para que as temperaturas não sejam tão elevadas. Já o asfalto impede a drenagem da água, além de provocar um aquecimento da temperatura”, comenta o engenheiro Claudio Castro, consultor técnico da Tecpar Pavimentação Ecológica.

Ele explica que o paralelepípedo pode ser utilizado em ruas periféricas, postos de combustíveis, pátios industriais, condomínios, loteamentos e em locais que não necessitem de um monitoramento frequente das condições do pavimento. “Eu optei por trabalhar com o paralelepípedo justamente pelas vantagens que ele apresenta em relação a outros pavimentos. Ele tem alta durabilidade e, além disso, é resistente, de fácil colocação e manuseio e não tem um processo de industrialização de alto impacto ambiental com o asfalto”, conta.

Já o piso intertravado tem como uma de suas vantagens a capacidade de poupar energia elétrica, pois aumenta a reflexão da luz em até 30% devido à sua coloração clara, permitindo a economia de energia das vias públicas. “Com sua fabricação feita em blocos pré-moldados, o piso intertravado também é um aliado na economia de recursos, pois sua fácil instalação e manutenção gerando, também, uma economia de tempo. Além do mais, do ponto de vista arquitetônico, as formas e cores deste tipo de piso compõem uma paisagem mais harmoniosa e bonita, deixando as cidades mais modernas e mudando a cara de praças e outros locais com grande movimentação de pedestres”, comenta o consultor da Tecpar.

Além do mais, o estudo da ESALQ/USP aponta que a arborização das ruas também é uma alternativa, uma vez que ela impede que o calor chegue ao asfalto, ou investir em espaços como parques e canteiros alargados. Coberturas verdes para telhados e topos de prédios, e jardins verticais para paredes também são alternativas para a redução do desconforto térmico causado pelo asfalto.

Por isso, Claudio de Castro conclui: “A adoção desse conjunto de medidas certamente traz benefícios para toda população. Com relação ao tipo de pavimentação, a necessidade de cada pavimento dependerá das circunstâncias em que será aplicado. Se for para tráfego rápido e fluidez no trânsito ainda prevalece o asfalto. Caso contrário, onde o intuito seja assegurar o pedestre e diminuir a velocidade dos veículos, assim como não prejudicar a permeabilidade do solo nem o meio ambiente, então se recomenda o paralelepípedo, sem dúvida”.

› FONTE: De Castro Assessoria

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