Dos 81 atletas brasileiros que competirão na capital chilena a partir desta quarta-feira, 26, 38 surgiram nas Paralimpíadas Escolares, maior competição estudantil paralímpica do mundo.
Na noite desta quarta-feira, 26, às 21h, em Santiago, Chile, os 81 atletas que compõem a delegação brasileira para a disputa dos Jogos Para-Sulamericanos estarão no Estádio Mário Recordon para a cerimônia da abertura do evento.
Destes, 38 têm algo em comum, além da nacionalidade: foram descobertos nas Paralimpíadas Escolares, maior evento estudantil paralímpico do mundo e que é organizado pelo CPB e pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo.
Os números mostram a importância do evento estudantil para revelar novos talentos. Na edição de 2013, mais de 1.200 estudantes, de 12 a 20 anos, de 26 unidades da federação competiram em dez modalidades, em São Paulo. Cinco delas serão disputadas em Santiago: tênis em cadeira de rodas, atletismo, natação, tênis de mesa e bocha. Além destas, o Para-Sulamericano ainda tem competições de basquete em cadeira de rodas e halterofilismo – disciplinas que não constam no programa do evento estudantil.
“O CPB tem uma estratégia muito bem definida para nossos atletas. As Paralimpíadas Escolares são o primeiro caminho para uma pessoa que possui algum tipo de deficiência trilhar no esporte. Em seguida, colocamos os jovens em competições internacionais menores, mas com um nível de importância grande, para fomentar o alto rendimento”, ressaltou Edilson da Rocha, o Tubiba, diretor técnico do CPB e chefe da delegação nacional no Chile.
Um dos atletas que surgiu nas Paralimpíadas Escolares é o potiguar Petrucio Ferreira dos Santos, do atletismo (classe T47, membro superior esquerdo amputado). O garoto de 17 anos nunca havia corrido em uma pista de atletismo até receber o convite de um professor em João Pessoa, na Paraíba, cidade onde vive.
Ele aceitou e obteve índice para disputar nacional. “Com um tênis emprestado, consegui fazer um bom tempo nos 100m em São Paulo, em 2013, e acabei chamando a atenção dos treinadores da seleção brasileira de jovens. Fui convidado e estou aqui onde nunca imaginei estar”, relembrou Petrucio, que vai disputar medalhas nos 100m, 200m e no salto em distância.
“Não estou preocupado com marcas. Quero apenas realizar o meu sonho que é ganhar uma medalha em uma competição internacional”, completou.
Outro nome revelado na competição escolar foi Ana Paula Fernandes. Natural de Joinville, Santa Catarina, a nadadora hoje treina em Uberlândia e soma cinco participações nas Paralimpíadas Escolares. “Participar dos Escolares em São Paulo foi muito importante para a minha carreira. Não sabia como funcionava uma competição”, explicou.
Na seleção brasileira de jovens da natação desde 2009, Ana Paula já participou de duas edições do Parapan Juvenil: o primeiro em Bogotá, Colômbia, e, no ano passado, em Buenos Aires, Argentina.
O Brasil estreia nesta terça-feira na competição no basquete em cadeira de rodas. A equipe enfrenta a Colômbia às 14h. O principal objetivo é observar talentos que possam brilhar em importantes competições, como os Jogos Paralímpicos do Rio-2016.
Esta é a primeira edição da competição sul-americana em âmbito paralímpico, que, além do Brasil, terá a participação de mais oito países: Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. As disputas serão em sete modalidades: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, halterofilismo, natação, tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas.
› FONTE: Comitê Paralímpico Brasileiro