Giuliana Vallone, repórter da Folha de São Paulo ferida no olho durante o protesto na capital paulista
Revisão do levantamento da Abraji sobre violações cometidas contra jornalistas nas coberturas de manifestações mostra que de maio de 2013 a 24 de março de 2014 houve 163 casos de agressões ou detenções envolvendo 152 profissionais.
O 163º caso de agressão foi registrado no sábado (22.mar.2014) durante a Marcha da Família em São Paulo. O fotógrafo Leo Martins foi atingido na cabeça por manifestantes.
Além do caso de Leo Martins, foram acrescentados outros 24 episódios ao balanço que a associação mantém desde junho de 2013. As informações complementares foram compiladas pela ONG Artigo 19. A planilha completa atualizada pode ser baixada neste link.
Em 31 casos de agressão a Abraji não conseguiu confirmar com a vítima se o ataque foi deliberado ou não.
Em 104 casos, as vítimas relataram que o ataque foi deliberado - ou seja, que o ataque aconteceu apesar da identificação do profissional de imprensa.
Desses, 82 casos foram protagonizados por policiais, guardas municipais ou seguranças. Manifestantes respondem por 22 ataques.
Isto quer dizer que, dos ataques intencionais e deliberados a repórteres, 79% foram perpetrados por forças de segurança e 21%, por manifestantes.
São Paulo foi a cidade em que casos deliberados envolvendo a polícia ocorreram mais vezes (48%), especialmente em 13 de junho de 2013 (15 ocorrências) e 22 de fevereiro de 2014 (10 ocorrências).
Datas
Os dias mais violentos para jornalistas que cobriram manifestações no Brasil foram 13 de junho (24 casos, todos em São Paulo) e 7 de setembro (24 casos, a maioria em Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte).
O segundo dia mais violento foi 22 de fevereiro de 2014, em que houve 19 ocorrências - todas em São Paulo.
› FONTE: Abraji