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Sessão técnica debate papel da agricultura na redução da emissão de metano

Publicado em 14/03/2014 Editoria: Política Comente!


O pesquisador Josias Zietsman, dos EUA, apresentou projeto que usa biogás como combustível veicular. Foto: Fábio Queiroz

O pesquisador Josias Zietsman, dos EUA, apresentou projeto que usa biogás como combustível veicular. Foto: Fábio Queiroz

As tecnologias e aplicações de uso do biogás foram debatidas em sessão técnica do Workshop Internacional Redução das Emissões de Metano, na manhã desta quinta-feira (13), no Auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa. A mesa temática sobre agricultura ofereceu aos participantes informações sobre três iniciativas em curso no Brasil.

O engenheiro elétrico Jeferson Toyama, da Itaipu Binacional, relatou projeto desenvolvido pelo CiBiogas Energias Renováveis, um centro internacional apoiado pela Itaipu e por diversas outras instituições, que tem como objetivo alavancar ações e projetos na área de energias renováveis. A missão do centro é consolidar o biogás como produto, de forma a gerar receita e, com isso, minimizar a emissão dos gases de efeito estufa e a adequação ambiental dos processos.

Nove unidades de demonstração foram implantadas pelo CiBiogás e servem como laboratório para a análise de parâmetros. Um dos projetos-piloto é chamado de condomínio de energia, constituído por 33 propriedades, situadas no Oeste do Paraná, equipadas com biodigestores e conectadas através de gasoduto. Toyama enfatizou a economia gerada no processo do biogás. “Produzido no mesmo local onde a matéria orgânica está disponível, permite produção de energia descentralizada em pontos remotos.”

Plano ABC

Na Conferência de Copenhague (COP-15), em 2009, o Brasil assumiu o compromisso de reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões de gases de efeito estufa até 2020. Para reduzir as emissões e aumentar a eficiência econômica da agricultura foi criado o plano “Agricultura de Baixa Emissão de Carbono – Plano ABC”, coordenado pela Presidência da República/Casa Civil, Ministério da Agricultura e Ministério do Desenvolvimento Agrário.

O Plano ABC tem como objetivos específicos reduzir o desmatamento e incentivar a adaptação da agricultura às mudanças climáticas, conforme explicou Airton Spiess, pesquisador doutor da Epagri e secretário-adjunto de Agricultura e Pesca.

Spies coordena o grupo gestor que tem a missão de elaborar o Plano ABC estadual. Ele explica que a atividade agrícola tem grandes desafios para tornar-se uma agricultura de baixo carbono: reduzir o desmatamento, grande fonte de emissão; reduzir as práticas de queimadas; reduzir o uso de máquinas pesadas; recuperar as áreas degradadas e reduzir a emissão por fermentação dos dejetos animais.

“A agricultura é, ao mesmo tempo, ameaça ao meio ambiente e ameaçada pelo meio ambiente, vítima das mudanças climáticas e da perda de produtividade. Precisamos evoluir para uma agricultura amiga, que adote modalidades de produção sustentável”, defendeu.

Não vai faltar crédito para a adoção de tecnologias que contribuam na redução das emissões da agricultura, de acordo com o secretário. O governo federal liberou, no último Plano Safra, R$ 4,5 bilhões em crédito rural para as ações previstas no Plano ABC, com juros de 5% ao ano. “Existe crédito atraente, em volume abundante.”

Gás de aterro

O pesquisador Josias Zietsman, do Texas Transportation Institute (Estados Unidos), divulgou projeto desenvolvido pelo instituto que prevê a utilização de biogás produzido em aterro sanitário como combustível veicular.

O emprego do chamado gás de aterro para o transporte de óleo traz uma ótima perspectiva ambiental, conforme o palestrante, porque além de reduzir o metano, também elimina a emissão de poluentes dos veículos. “O biogás é um gás liquefeito, melhor que o diesel, que provém de uma fonte não-renovável”, defendeu.

Zietsman explicou que o mais difícil nesse projeto é demonstrar a factibilidade econômica. O instituto está estudando oportunidades para o Brasil com foco nas áreas metropolitanas do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, duas áreas que possuem aterro sanitário e viabilidade para o projeto. Ele está buscando organizações e parceiros locais para viabilizar o projeto.

Gestão de resíduos

O tema agricultura também pautou a segunda sessão técnica da manhã, moderada pelo pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Paulo Armando de Oliveira.

O representante do Ministério para Energias Novas e Renováveis da Índia, Anil Dhussa, apresentou um panorama do uso do biogás em seu país. O engenheiro químico destacou o potencial de desenvolvimento deste tipo de energia, especialmente com o apoio do governo, por meio de concessões e subvenções. Os substratos utilizados são esterco de gado, resíduos industriais e agrícolas.

Além disso, foram apresentados dois estudos de caso, um da Argentina e outro dos Estados Unidos. Jorge Hilbert, do Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria (INTA), compartilhou a experiência adquirida de projetos com digestão anaeróbia de dejetos. Também relatou os investimentos e os novos projetos referentes ao biogás. Já o diretor da Tetra Tech, Miguel Franco, falou sobre projetos com digestão anaeróbia de resíduos agrícolas. 

› FONTE: ALESC

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