Aproveitando as mobilizações do Dia Internacional da Mulher (8 de março), a Frente Parlamentar Catarinense dos Homens pelo fim da violência contra a mulher, da Assembleia Legislativa, divulga a partir desta sexta-feira (7) uma campanha dirigida aos homens, com o objetivo de incentivar o debate e a reflexão sobre machismo, dominação e violência de gênero. A medida é mais uma ação para trazer os homens para uma luta objetiva pelo fim da violência contra a mulher.
Segundo o coordenador da Frente, deputado Padre Pedro Baldissera (PT), a intenção é mobilizar a criação de Frentes municipais, encabeçadas por homens, que promovam debates nas cidades e comunidades, abrindo o leque de discussões em cima do que já é considerado um dos mais graves problemas de saúde pública do Brasil.
“Nós homens temos uma realidade dura a enfrentar, porque a responsabilidade por toda essa violência é nossa. Este é o primeiro ponto desta mobilização: mostrar a todos os homens que de forma direta ou indireta, a responsabilidade por acabar com qualquer tipo de agressão, física ou psicológica, é nossa”, afirma Padre Pedro.
Todas as prefeituras e Câmaras de Vereadores receberam um pedido oficial para que criem, em âmbito municipal, frentes formadas por homens. A TV Assembleia Legislativa e a Rádio Assembleia veiculam a partir desta sexta-feira peças de 40 segundos com o tema “Homem, é sua responsabilidade acabar com essa violência”.
“Os movimentos de mulheres já promovem diversas ações e debates sobre a violência, mas acreditamos que abrir o tema, sem tabus, a partir dos homens, é fundamental”, destaca o deputado, lembrando da importância das escolas abordarem o tema do ensino fundamental até o ensino médio. “A cultura do machismo e da violência tem raízes na própria forma como meninos e meninas são educados. Esta é outra parte essencial nesta luta”, complementa Padre Pedro.
Frente
A Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres foi lançada em SC no dia 2 de dezembro de 2013, na Assembleia Legislativa. A ideia seguiu os moldes da mobilização iniciada no Rio Grande do Sul, onde a campanha “Cartão Vermelho para a violência contra a mulher”, coordenada pelo deputado estadual Edegar Pretto (PT), teve bons resultados em ações legislativas e de mobilização.
O objetivo é atuar em ações dentro e fora do Legislativo, com o apoio dos movimentos de mulheres, no sentido de ampliar a estrutura pública contra a violência e também na conscientização. Além da campanha de mobilização no Estado, o coordenador da Frente, deputado Padre Pedro Baldissera, já encaminhou dois projetos que surgiram a partir de debates da frente.
O primeiro projeto (569/2013) propõe que a Secretaria de Segurança Pública adote o monitoramento eletrônico, por tornozeleira, bracelete ou chip subcutâneo, de homens acusados de violência doméstica e familiar. Já o segundo (19/2014), apresentado neste ano, cria em 6 de dezembro o “Dia Estadual de Mobilização dos Homens pelo Fim da violência contra a mulher”.
A adoção da data, em todos Estados, foi uma demanda apresentada na audiência que aconteceu no dia 13 de fevereiro, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado. A atividade reuniu as frentes do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, as primeiras do País e marcou a criação do Movimento Nacional de Homens Parlamentares pelo fim da violência contra as mulheres.
Panorama no Estado
Entre os 100 municípios com mais violência contra a mulher, cinco estão em SC. Lages, Mafra, Criciúma, Balneário Camboriú e Chapecó estão entre os primeiros em violência. Os dados estão num relatório nacional entregue à presidente Dilma em agosto de 2013. Em SC são 3,5 homicídios para cada 100 mil mulheres. A cada 46 minutos, uma mulher é vítima de violência.
› FONTE: ALESC