Um dos coordenadores da Ocupação Amarildo de Souza, localizada às margens da SC-401, em Florianópolis, Rui Fernando da Silva Júnior, utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa, na sessão ordinária desta quinta-feira (27), para denunciar ameaças que o grupo está sofrendo. A participação dele na sessão atendeu requerimento da deputada Angela Albino (PCdoB), com a concordância dos demais líderes partidários.
O grupo reivindica terra, trabalho e teto. "Somos famílias de trabalhadores, não somos vagabundos. Se estamos aqui é porque queremos uma solução para o conflito no Norte da Ilha", disse o coordenador. Ele teria sofrido um atentado, na última quinta-feira (20), quando o carro em que estava foi fechado por outro, quatro vezes, e prensado contra a mureta, na SC-401. Tiros foram disparados contra a ocupação e membros do grupo receberam ameaças de morte, conforme relato de Silva Júnior.
O representante do movimento relatou que a ocupação foi motivada pela falta de condições dignas de moradia e pelos baixos salários dos trabalhadores. Segundo ele, o povo vive mal em Florianópolis, as famílias não comem o suficiente e vivem espremidas nos morros e na periferia, sem condições de arcar com os altos custos dos aluguéis.
A ocupação começou há 71 dias em um terreno que o movimento alega tratar-se de terra pública grilada por empresários e parlamentares no período da ditadura militar. "São 900 hectares comprovadamente declarados como terra pública da Marinha do Brasil. Queremos formar um assentamento sustentável de produção agroecológica", informa o coordenador. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 350 barracas foram construídas em uma área de cinco hectares.
Mediação
A Assembleia Legislativa sediará audiência pública no dia 11 de março para debater o tema e intermediar uma solução para o conflito.
› FONTE: ALESC