A atuação de uma massa de ar seco e a consequente ausência de chuva sobre os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste -que concentram 70% da capacidade de geração do país- levaram os estoques de água das usinas de energia ao pior nível para os primeiros dias de fevereiro desde que o levantamento diário começou a ser feito, em 2002.
Não existem dados diários sobre níveis de reservatórios disponíveis para 2001, quando houve o racionamento.
No entanto, entre os meses de janeiro e fevereiro daquele ano, o nível dos reservatórios no Sudeste variou entre 31,4% e 33,5%.
Entre os dias 1 e 9 deste mês, a estocagem média correspondeu a apenas 38,9% da capacidade de armazenamento de água pelas usinas, revela análise dos dados diários disponíveis pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
No ano passado, considerado crítico também pela forte estiagem, a média do mesmo período era de 39,7%.
Apenas em 4 dos 13 últimos fevereiros, o nível dos reservatórios ficou abaixo dos 50% da capacidade, considerando os nove primeiros dias.
“Em oito desses períodos, o patamar foi além de 60%.”
O nível de precipitação nos reservatórios para os primeiros dias de fevereiro de 2013 já estava em 107% da média histórica, que era o esperado. Em 2014, choveu apenas 33% do que se esperava em igual período.
O ONS não conta com milagres: a expectativa é que o nível de chuva melhore apenas um pouco, para 42% da média de fevereiro, até o fim do mês. Numa previsão ainda mais sombria, o operador considera, inclusive, a possibilidade de manutenção do nível de 33% de chuva.
Em 2001, ano do racionamento, o volume de chuvas estava bem melhor do que hoje, pouco acima dos 70%.
› FONTE: Vejamos