Diabetes, estresse e tabagismo são fatores de risco para um problema que pode levar até à amputação.
Edmilson José da Silva tem 51 anos, mas desde os vinte e poucos ele sente dor nos pés ao caminhar. Mesmo assim, apenas aos 48 anos ele descobriu, numa visita ao cardiologista, que não havia circulação do sangue nos pés. Diagnosticado primeiramente como aterosclerose, a claudicação no pé direito já estava em estágio avançado quando recebeu o diagnóstico correto. "No fim das contas, tive que passar por uma cirurgia de ponte de safena na minha perna", contou Silva.
É muito comum que o paciente tenha seu diagnóstico confundido com problemas ortopédicos, reumatológicos e neurológicos antes de descobrir se tratar de uma claudicação intermitente. O que diferencia a doença? "A dor sempre ocorre da mesma maneira apenas quando a pessoa anda ou faz esforço físico, e alivia rapidamente, de um a três minutos depois de parar de caminhar", sem necessidade de nenhuma medida adicional, explica o cirurgião vascular Luiz Marcelo Aiello Viarengo.
Causada pela falta de fluxo sanguíneo, a dor sentida é geralmente uma sensação de constrição, aperto, cãimbra, e comumente ocorre nas panturrilhas ou nas coxas, no entanto, também pode se manifestar nos pés, ou nádegas. Hereditariedade, sedentarismo, estresse, diabetes, obesidade, tabagismo e pressão alta são os principais fatores de risco.
Se diagnosticada precocemente, a claudicação pode ser tratada com caminhadas e exercícios leves programados pelo médico. "Mantenha as extremidades aquecidas com meias de lã e roupas adequadas e evite exposições ao frio", recomenda Viarengo. Alguns medicamentos, como vasodilatadores e antiagregantes plaquetários também podem ser usados.
Dependendo do quadro de cada paciente, também se recomenda controle da pressão arterial, dos níveis de açúcar, colesterol, e demais fatores de risco. A suspensão do tabagismo é medida absolutamente indispensável.
Já em casos mais graves, como foi o de Edmilson - que, aos 50 anos, novamente foi diagnosticado com claudicação intermitente, mas na perna esquerda - é indicado uma cirurgia com ou sem stent (aparelho que mantém artéria aberta). “Se o problema não for tratado adequadamente, podem ocorrer lesões isquêmicas nas extremidades e até amputações”, alerta o médico.
› FONTE: Vanessa Peres Assessoria de Imprensa