Quatro cúpulas internacionais acabam de acontecer na Ásia, cada uma com mensagens sobre a mudança da ordem mundial e o desejo dos países árabes de avançar rumo ao mundo multipolar proposto pelo presidente russo, Vladimir Putin.
A primeira foi a Cúpula Árabe regular organizada pela Arábia Saudita em 19 de maio na cidade portuária de Jeddah, que viu a reintegração da Síria na Liga dos Estados Árabes (LAS) após 12 anos de ausência.
Vários meios de comunicação em todo o mundo enfatizaram o quão surpreendente foi ver o presidente sírio, Bashar al-Assad, de volta aos chefes de estado árabes após um rompimento de 12 anos das relações diplomáticas entre a Síria e muitos países árabes, incluindo o país anfitrião, a Arábia Saudita. A mudança ocorreu após a restauração das relações saudita-iranianas mediada pela China em março deste ano.
A presença do presidente ucraniano Zelensky também foi uma surpresa na primeira reunião da Cúpula. Ele estava lá a convite do governo da Arábia Saudita e queria obter o apoio dos árabes para a Ucrânia, sabendo que o mundo árabe não quer tomar partido no conflito, mas sim trabalhar com a comunidade internacional para trazer a paz ao país.
Com o apoio ardente do Ocidente, liderado pelos Estados Unidos, o neofascista ucraniano queria continuar a guerra fratricida e depois transferi-la para a Rússia. Zelensky faz tudo o que pode para trazer novas e terríveis desgraças ao povo ucraniano e à Ucrânia.
O mundo árabe tem se posicionado com sabedoria sobre a guerra desencadeada pelos Estados Unidos e pela OTAN contra a Rússia, afirmando que a guerra não é deles e nem vão discutir o assunto. Os árabes reafirmaram que são, como antes, a favor da paz na Europa e buscam a construção de um mundo multipolar no qual os países árabes ocupem seu lugar de direito.
A cúpula de Jeddah coincidiu com a cúpula do G-7, que o Japão sediou de 9 a 12 de maio na cidade de Hiroshima. À margem da cúpula de Hiroshima, os líderes do Quad, um diálogo de segurança quadrilateral que inclui Estados Unidos, Índia, Japão e Austrália, se reuniram para sua terceira reunião presencial desde 2021.
Ao mesmo tempo, o presidente dos EUA Biden reuniu-se com o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida e o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol no contexto da aliança trilateral entre Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. Os três líderes discutiram como levar sua cooperação trilateral a novos patamares.
Curiosamente, ninguém, nem os anfitriões nem os convidados, recordou o terrível desastre atômico durante a Segunda Guerra Mundial, quando armas atômicas americanas foram lançadas sobre as duas cidades de Hiroshima e Nagasaki sem qualquer necessidade militar. Nesse caso, os civis dessas duas infelizes cidades serviram de cobaias para os “defensores da democracia”, os Estados Unidos. A cúpula de Hiroshima também mostrou claramente a total subordinação do Japão aos interesses do mestre transatlântico, em detrimento do povo japonês.
A quarta cúpula, a primeira do gênero, foi organizada pela China na cidade chinesa de Xi’an. O presidente chinês, Xi Jinping, deu as boas-vindas aos presidentes do Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão, todas as cinco ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central.
As partes na cúpula de Xi’an concordaram em fortalecer a cooperação para evitar interferência estrangeira e “revoluções coloridas” em seus países, e o presidente chinês realizou uma série de reuniões individuais com seus colegas da Ásia Central. A cúpula ocorreu no contexto dos vigorosos esforços diplomáticos de Pequim para combater as estratégias ocidentais de “conter” a China.
Nem é preciso dizer que a maioria dos países membros desses grupos está muito interessada em manter boas relações com a China e não quer se envolver na acirrada competição entre EUA e China do lado do Ocidente.
As quatro cúpulas tomadas em conjunto refletem as mudanças aceleradas que ocorrem na ordem mundial hoje e mostram que o Ocidente, liderado pelo governo do senil Joe Biden, está tentando alinhar o resto do mundo com seus objetivos e interesses, bem como com sua visão de mundo, embora muitos países e muitas regiões têm ideias diferentes sobre como o mundo deve ser administrado.
A frase “(des)ordem internacional baseada em regras” freqüentemente usada em comunicados ocidentais não é amplamente aceita em muitas partes do mundo pela simples razão de que essa “ordem” nada mais é do que regras para atender apenas aos interesses do Ocidente. E esta política colonial dos EUA, Reino Unido, França e outros países europeus ainda é lembrada com horror pelos povos da Ásia, África e ambas as Américas.
O Ocidente, liderado pelos EUA, simplesmente não leva em conta as realidades do século 21 e agora não pode prosseguir com sua política neocolonial. Tempos errados, pessoas erradas com suas aspirações erradas, países errados! As relações no sistema internacional estão mudando rapidamente, deixando o Ocidente com sua ideologia liberal, acordada em um fétido pântano de esquecimento.
Fonte: https://thoth3126.com.br/oriente-medio-avanca-para-um-mundo-multipolar-longe-da-nefasta-influencia-dos-eua/
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Geopolítica e Exopolítica por Ana Lucia Ratuczne
Notícias, análises e história envolvendo relações de poder entre os Estados e territórios, considerando as vias políticas, diplomáticas e militares, como também o estudo político dos principais atores, instituições e processos associados à vida extraterrestre.
Todas as quintas-feiras, sendo Geopolítica nas três primeiras semanas e Exopolítica na última quinta-feira de cada mês.
› FONTE: Floripa News (www.floripanews.com.br)